Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Retirada supera ingresso de dólares no começo de fevereiro, diz BC

11.02.2016
15:23
FONTE: G1

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As saídas de recursos superaram o ingresso de divisas no país no começo de fevereiro. Segundo números divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (11), a retirada líquida de valores da economia brasileira somou US$ 1,02 bilhão na primeira semana deste mês.

Em janeiro, US$ 1,47 bilhão haviam ingressado no Brasil. Já em todo o ano passado, também houve entrada de recursos no país, no valor de US$ 9,4 bilhões, revertendo as retiradas registradas nos dois anos anteriores.

A saída de valores registrada no início mês deste ano favoreceria, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda norte-americana no mercado, seu preço tenderia, teoricamente, a ficar maior. Entretanto, o dólar começou este mês em queda. No fim de janeiro, estava cotado em R$ 4,02 e, nesta quarta-feira, estava sendo negociado a R$ 3,97 por volta das 12h40. 

Fatores que influenciam o dólar

Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão as sinalizações sobre a política de juros dos Estados Unidos, os indicadores da economia brasileira – que registraram desempenho ruim em 2015 – além de tensões políticas e notas das agências de classificação de risco (no ano passado, o Brasil perdeu o grau de investimento por duas das três maiores agências de rating).

Mais recentemente, a desaceleração na China e a queda do preço do petróleo têm causado tensão nos mercados e direcionamento dos investimentos para os mercados considerados mais "seguros", como os Estados Unidos - que subiram os juros no fim do ano passado, melhorando a rentabilidade destas aplicações. Com isso, há pressão sobre o dólar no mercado doméstico. O mercado acredita que o dólar terminará este ano em R$ 4,35.

Swaps cambiais

Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swaps cambiais (que funcionam como uma venda futura de dólares), que continua sendo levado adiante pelo Banco Central. Com estas operações, que funcionam com uma venda de dólares no mercado futuro, a autoridade monetária impede uma alta maior do dólar no mercado a vista e oferece garantia (hedge) às empresas contra a valorização do dólar.

Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares

Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período. Quando o dólar sobe, o BC perde e vice-versa.

Com a disparada do dólar em 2015, o BC registrou prejuízo recorde de R$ 89,66 bilhões com as operações de "swaps cambiais". Foi a maior perda anual da série histórica, que começa, para anos fechados, em 2003. Até então, o maior prejuízo, em todo um ano, havia sido registrado em 2014 (R$ 17,32 bilhões).

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