Mato Grosso, 28 de Março de 2024
Economia / Agronegócio

Serviços recuam 1,4% no 2º tri, a maior queda desde 1996, diz IBGE

29.08.2015
04:41
FONTE: G1

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  • Serviços recuam 1,4% no segundo trimestre deste ano
O setor de serviços, que tem o maior peso na economia brasileira, recuou 1,4% no segundo trimestre de 2015, em comparação com o mesmo período em 2014. Esta é a maior queda registrada desde 1996, início da série do Produto Interno Bruto (PIB), segundo Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IBGE mostrou, nesta sexta-feira (28), que a economia brasileira recuou 1,9%, em relação ao trimestre imediatamente anterior. Em relação ao segundo trimestre de 2014, a baixa foi ainda mais profunda, de 2,6%, a maior desde o primeiro trimestre de 2009, quando o recuo também foi de 2,6%. Os serviços pesam 71% do valor adicionado total do  PIB.

“Na verdade, alguns serviços ainda conseguiram se manter com taxas positivas, mas os serviços como um todo apresentaram queda, e é especialmente pelas atividades econômicas que são bastante correlacionadas com a atividade industrial, que é o caso do comércio, que a gente mede tanto o comércio atacadista quanto o varejista, e a gente viu que o atacadista também caiu”, informou a coordenadora.

Os principais resultados positivos dos serviços foram das atividades imobiliárias, que cresceram 2,8%, da administração, saúde e educaçao públicas (0,6%), serviços de informação (0,5%) e intermediação financeira e seguros (0,4%).

Indústria recua 5,2%

A indústria recuou 5,2% no segundo trimestre de 2015, também em relação ao mesmo período em 2014, impactada pela queda da indústria da transformação, que caiu 8,3%, construção civil, -8,2% e produção e distribuição de eletricidade, gás e água (-4,7%). A queda de 5,2% da indústria, em relação ao segundo tri de 2014, é a maior desde o terceiro trimestre de 2009, -5,8%.

“E no caso do transporte, porque o transporte, armazenagem e correio tem peso muito do transporte, armazenagem de carga, que também tiveram um desempenho bastante negativo nesse segundo trimestre. Então, obviamente quando os serviços têm resultado negativo isso afeta diretamente”, completou Rebeca Palis.

O resultado do PIB foi pior que o esperado pelo mercado, indicando que a retração da economia em 2015 poderá ser maior do que a queda de 2,06% projetada pelos economistas e analistas, segundo a última pesquisa do Banco Central.

O que aconteceu em cada setor

De acordo com o IBGE, a queda registrada na indústria – frente ao primeiro trimestre – foi puxada principalmente pelo desempenho negativo da construção civil, que recuou 8,4%. Na sequência, a aparece a indústria de transformação, que também sofreu forte queda de 3,7%.

No caso do setor serviços, o que mais influenciou foi o movimento do comércio, que vem mostrando seguidamente resultados desanimadores. Neste segundo trimestre, a queda foi de 3,3%, seguida pelo recuo de 2% em transportes, armazenagem e correio, em comparação com o trimestre imediatamente anterior.

“Tanto pela ótica da produção quanto pela da despesa, a gente tem que os três principais setores do PIB apresentaram queda em relação ao trimestre anterior”, apontou Rebeca.

Recessão técnica

De janeiro a março deste ano, o PIB também apresentou resultado negativo, caiu 0,7% (dado revisado). O Brasil voltou a ter dois trimestres seguidos de queda no PIB e, por isso, entrou em “recessão técnica”.

 Na prática, essa classificação serve como uma espécie de “termômetro” para medir o desempenho da economia. Isso porque, de acordo com economistas, não são apenas dois resultados negativos seguidos que indicam a recessão, mas sim um conjunto de indicadores negativos, como aumento do desemprego, queda na produção e falência de empresas.

O Brasil também havia registrado uma recessão técnica no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.

“Várias coisas voltam lá para 2009. Na época, em 2008 e 2009, o consumo das famílias não tinha sido tão afetado [pela crise], existiam medidas para tentar reduzir o efeito [sobre o consumo das famílias].

 São momentos um pouco diferentes [2015 e 2009], mas ambos com turbulências internacionais. Isso é um fato similar, no caso", analisou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis.

Segundo ela, tanto a turbulência política quanto econômica estão afetando todas as atividades. "É um movimento que está afetando a economia toda”, disse.

No ano, de janeiro a junho, a economia registra contração de 2,1%, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o IBGE, esse resultado é o pior desde o primeiro semestre de 2009, quando caiu 2,4%

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