As indústrias de Mato Grosso têm a tarifa de energia elétrica mais cara do país. Após o reajuste de 11,16% da concessionária de energia (Cemat), o estado deixou a segunda posição e passou a ocupar a liderança no ranking brasileiro do custo médio industrial: R$ 424,27 megawatt/hora (MWh) este ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (16) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O valor cobrado em Mato Grosso supera ainda o custo médio da energia da indústria nacional, que segundo a Firjan passou de R$ 292,75 por MWh para R$ 301,66. O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, ressaltou ao G1 que o aumento se deve a diversos fatores emblemáticos que assolam o estado, como o alto preço dos impostos, frete, combustível, além da questão de logística.
“A situação mais complicada é que temos uma população pequena e com o frete ao custo alto para abastecer a região Sul e Sudeste, por exemplo. Isso desestimula muito o mercado industrial, o que torna cada vez mais difícil trazer novas empresas para cá”, explicou.
Milan acrescenta que as indústrias trabalham com margens de 3% a 8% no estado, sendo quase igual ao acréscimo na cobrança. “O que podemos visualizar é que apenas grandes empresas, que possuem maior margem, vão sobreviver e o desemprego vai acabar aumentando nas pequenas indústrias”, concluiu.
Sem tributos, o preço da energia para as indústrias é R$ 286,38 por MWh em Mato Grosso que, nesse caso, ocupa o 2º lugar no ranking, ficando atrás apenas de Rondônia, onde é cobrado R$ 292,56 por MWh.
O aumento da energia elétrica em 2014 fez o país subir um degrau e ocupar a 10ª colocação no ranking internacional de maior valor cobrado na tarifa entre 28 países analisados pelo Firjan. No topo da lista está a Índia, que apresenta o maior preço - R$ 630,92 por MWh.