O plantio da soja está complicado este ano em Mato Grosso, maior produtor do país. A falta de chuvas regulares deixa os agricultores apreensivos.
Na fazenda Rancho Alegre, Vicente Beber começa o trabalho bem cedo, conforme manda a rotina no campo.
Depois de cumprimentar os funcionários, ele vai logo conferir o pluviômetro, mas a água não veio e a tranquilidade do agricultor começa a ir embora. É época de cultivar soja, mas os trabalhos não estão deslanchando.
O plantio na fazenda começou há cerca de três semanas, mas teve que ser interrompido justamente pela falta de umidade no solo. Já são, pelo menos, 20 dias de estiagem e a cada dia com céu aberto e sem sinal de chuva, a preocupação do agricultor aumenta.
Até agora, Vicente só conseguiu plantar 270 hectares, menos de 10% da área total. Na lavoura recém-nascida, algumas plantas não resistiram ao tempo seco.
Trinta dias é o período que o agricultor considera ideal para plantar a lavoura de soja. O intervalo vai da primeira semana de outubro até o início de novembro. A experiência de 34 safras em Mato Grosso ensinou isso ao Vicente, desde que ele se mudou de Pejuçara, no Rio Grande do Sul, para Nova Mutum.
Neste tempo, Vicente expandiu os negócios e estruturou a fazenda, que tem armazém próprio, salão climatizado para guardar as sementes e barracão para o maquinário, de onde sai a plantadeira para mais um teste de solo.
A máquina levanta muita poeira e o agricultor decide encerrar. "Tudo é aprendizado. No passado foi plantado muito no pó e a gente acaba analisando e vê que não tem vantagem. Eu estou parado para aguardar a reserva, botar bem o pé no chão para não errar. É um ano que não podemos errar", diz.
Até o momento, pouco mais de 9% da área de soja foi cultivada em Mato Grosso. No ano passado, nesta mesma época, o plantio chegava a 27%.
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