Mato Grosso, 24 de Abril de 2024
Economia / Agronegócio

Vendas de itens para poupar água no banheiro crescem 30%, dizem marcas

26.03.2015
11:52
FONTE: G1

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  • Produtos lançados antes da crise hídrica passaram a ter a divulgação da capacidade de economia de água enfatizada. O produto da foto é uma pia que permite o reaproveitamento da água para a descarga
A demanda de consumidores por vasos sanitários, chuveiros e torneiras que economizam água cresceu pelo menos 30% desde 2014. A estimativa é de Marcio Cavuto, gerente de marketing da Roca, e de Osvaldo de Oliveira Jr, coordenador de engenharia de aplicação da Deca.

Segundo os representantes dos dois fabricantes, os questionamentos dos consumidores sobre características de economia de água dos produtos nos pontos de venda cresceram à medida em que a crise hídrica se agravou. “Se compararmos o último trimestre de 2013 com o último de 2014, em que já começamos a ter problemas com água, teremos um aumento de 30% na venda de produtos voltados a economia de água”, diz Oliveira.

Cavuto compara os critérios de escolha de produtos pelos consumidores antes e depois da crise. “Há alguns anos, a prioridade era ter água em abundância, com chuveiros e torneiras com muita água. Isso vem mudando ao longo dos anos, e se intensificou durante a crise hídrica. Hoje, o consumo de produtos economizadores de água cresceu de 30 a 40% em relação aos últimos anos”, aponta.

Promoções e lançamentos com a crise

Com a preocupação com o tema em alta entre os consumidores, Oliveira afirma que houve uma intensificação no lançamento de produtos com foco em economia de água para o início de 2015. “A Deca tem lançado sistematicamente uma grande quantidade de produtos todo ano. O que aconteceu [em 2015], sem dúvida alguma, foi um maior enfoque na questão de economia de água”.

“A gente sempre tem uma listagem de produtos que vão ser desenvolvidos com um prazo grande, de um ano de antecedência. O que acabou acontecendo foi que, dentro dos esquetes que a gente tinha, demos um enfoque maior para a economia de água”, explica Oliveira. Produtos da marca que já existiam foram “relançados” com tecnologia para economizar água, como fechamento automático de torneira. “Foram 7 linhas de produtos que já existiam que receberam esse mecanismo novo.”

Já Cavuto afirma que não houve alta em lançamentos de novos produtos pelo aumento da demanda, e sim um fortalecimento da promoção desse tipo de item. “Não lançamos nenhum produto depois da crise. [...] O que mudou na nossa postura depois da crise hídrica foi que nós ficamos mais perto do cliente com relação a informação. O consumidor está mais atento, busca um produto mais econômico, então é importante que eu promova essa informação junto ao ponto de venda”, diz o representante da Roca. “Quando o cliente muda a forma de consumir, o vendedor muda a forma de vender.”

Oliveira aponta que houve também aumento pela procura de orientações para solucionar problemas de desperdício, como vazamentos e mudança de hábitos.

“Temos um programa que leva algumas soluções de serviços para edifícios em geral, de indústrias a condomínios. No primeiro semestre de 2014, tivemos 16 procuras na Grande São Paulo. No segundo, o número subiu para 45”, compara.

Do banheiro da empresa para o de casa

Uma mudança em comum aos fabricantes trazidas pela crise foi o uso de tecnologias de economia de água típica de vasos e torneiras de prédios comerciais em produtos voltados para residências.

“A gente sempre teve portfólio voltado à questão de economia de água com muitas soluções para edifícios públicos. O que a gente teve agora foi uma ampliação, com produtos voltados a edifícios residenciais. A gente vê a procura por outras soluções”, diz Oliveira.

Cavuto cita entre esse tipo de tecnologia a válvula de fechamento automático de torneiras depois de alguns segundos de uso, típica em prédios comerciais, e que começou a ser procurada para instalação em residências. “Uma torneira que você aperta e ela fecha sozinha tinha um consumo basicamente voltado para locais públicos. Hoje você já começa a ter uma procura para residências que não existia. Isso é um sintoma de mudança de hábito em função da crise hídrica.”

Um produto, porém, ainda tem pouco apelo entre os consumidores para passar do ambiente público para o residencial, segundo Cavuto. São os mictórios, que usam 600 mililitros de água por acionamento, enquanto o acionamento de uma descarga com tecnologia para economizar água gasta no mínimo três litros.

“Mictório é um item que gasta muito pouca água. O que a gente vem tentando promover é uma migração do uso do mictório. Em vez de ser pensado estritamente no uso de ambiente público, poderia ser pensado também em ambientes residenciais, como churrasqueira, salão de festas. Já se começa a pensar, mas é pouca a procura. A crença é de que o mictório é para ambiente público.”

Descarga simples caindo em desuso

Outro item que passou a ser mais procurado pelos consumidores segundo os fabricantes é a bacia sanitária com acionamento duplo – com opções de descarga para líquido ou sólido.

“Quando as construtoras são comprar produtos [para apartamentos novos], por causa de centavos ou poucos reais prefere a com mecanismo simples. Mas o consumidor final, quando pode escolher, prefere o de duplo acionamento. Antes da crise já tinha essa preferência, mas agora tudo agrava”, diz Oliveira. “Dado o volume de produção das bacias com duplo acionamento, eu diria que estão fadadas ao desuso as mais antigas de um botão só.”

Existe tecnologia para fabricar bacias com acionamento duplo de 2 a 4 litros de água, para aumentar a economia, segundo Cavuto e Machado. Porém, no Brasil  as bacias com acionamento duplo precisam ter jatos de no máximo 6,8 litros para dejetos sólidos. A norma é do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat, ligado ao Ministério das Cidades. O órgão determina que, para dejetos líquidos, seja utilizado um volume de água correspondente a dois terços do jato para sólidos – ou seja, no máximo 4,5 litros.

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