A montadora alemã Volkswagen anunciou nesta terça-feira (13) um plano de cortes de investimentos de um bilhão de euros ao ano de sua principal marca, a VW, como parte das medidas adotadas para enfrentar o escândalo dos carros com motores que adulteravam resultados de testes ambientais.
"A nova diretoria da marca VW adotou hoje uma série de decisões estratégicas em uma reunião extraordinária e seu presidente, Herbert Diess, determinou um corte de investimentos de um bilhão de euros ao ano e intensificação de medidas de eficiência", destacou a empresa.
"A marca Volkswagen se reorienta para o futuro. Seremos mais eficientes, reorganizaremos nossa gama de produção e nossas tecnologias de ponta e, em combinação com a aceleração de medidas de eficiência, teremos mais espaço para as tecnologias mais modernas", afirmou Diess.
O grupo Volkswagen admitiu em setembro ter instalado um software que falsificava os dados de emissões poluentes em 11 milhões de veículos a diesel de várias de suas 12 marcas.
A montadora com sede em Wolfsburgo (norte da Alemanha), com 600 mil funcionários em todo o mundo, deverá assumir os custos dos reparos nos veículos afetados, assim como as multas e os processos judiciais nos países afetados.
O então presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, renunciou no dia 23 de setembro, quase uma semana depois de o escândalo de fraude de emissões de poluentes em carros a diesel vir à tona. Winterkorn, de 68 anos, estava à frente da empresa desde 2007.
O Ministério dos Transportes da Alemanha negou que tinha conhecimento sobre a tecnologia usada pela Volkswagen para fraudar os testes de emissões de poluentes, apesar de reconhecer que sabia de uma diferença entre "testes" e emissões nas ruas.
Membros do Partido Verde questionaram o governo sobre a discrepância entre as emissões no ambiente de teste e durante a condução normal. O Ministério dos Transportes, respondendo em nome do governo, reconheceu em um comunicado que estava ciente do problema e que estava buscando regras mais rígidas. A resposta não reconheceu, no entanto, qualquer manipulação deliberada.
"Não havia nenhum conhecimento do Ministério dos Transportes sobre o uso de tecnologia de controle de emissões", disse um porta-voz do ministério.
O caso será alvo de investigação criminal na Alemanha e nos Estados Unidos, e também será investigado na Coreia do Sul.