Há uma quase unanimidade entre atleticanos e pessoas que vivem no meio do futebol de que existe o começo de uma era no Atlético-MG a partir de 2012. Naquele ano, o time encantou o país com o futebol jogado e também voltou a disputar títulos em âmbito nacional e internacional - sendo vice-campeão brasileiro e conquistando uma vaga na Libertadores do ano seguinte. Desde então, sempre o Galo conquistou títulos importantes, como em 2013 (Libertadores) e 2014 (Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil), além de figurar entre os postulantes ao título nacional. Nesse período, quatro treinadores estiveram no comando da equipe. Mas quem teve o pior início, em termos de aproveitamento, é o atual, Diego Aguirre.
O uruguaio, nos 21 primeiros jogos que esteve no comando do Atlético-MG, conquistou 11 vitórias, quatro empates e foi derrotado seis vezes - 58,73% de aproveitamento nesse período. O treinador conquistou o Torneio da Flórida, em janeiro, nos Estados Unidos. O time teve um bom início de Campeonato Mineiro e também de Libertadores. Não foi bem na Primeira Liga, porque deixou o torneio em segundo plano por causa da competição continental.
Mas, nas últimas partidas, passou a ser questionado, por causa das derrotas para Cruzeiro e Tricordiano pelo Campeonato Mineiro e para o Independiente del Valle, do Equador. As atuações do time também não agradaram, inclusive à diretoria. No começo desta semana, o presidente do Galo, Daniel Nepomuceno, reuniu-se, inclusive, com jogadores e comissão técnica e cobrou melhor no rendimento do time.
O rendimento de Aguirre se comparado aos de Cuca, Paulo Autuori e Levir Culpi - os outros três técnicos da "nova era" atleticana - é pior. Se Aguirre teve quase 59% de aproveitamento, Cuca teve, no início das duas temporadas (2012 e 2013) que esteve à frente, rendimentos melhores. Nos 21 primeiros jogos do primeiro ano, o técnico conquistou 16 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota - 82,53% de aproveitamento. Nesse ano, o treinador disputou apenas Campeonato Mineiro e Copa do Brasil.
No ano seguinte, Cuca disputou Libertadores e Campeonato Mineiro nos 21 primeiros jogos, com 18 vitórias e três empates, com um ótimo rendimento de 90,47%. Nesse ano, Cuca conquistou o título da Libertadores e foi terceiro lugar no Mundial de Clubes. Entretanto deixou o Galo no fim da temporada e foi substituído por Paulo Autuori, que ficou por pouco tempo. Nos primeiros 21 jogos, o treinador conseguiu 14 vitórias, oito empates e duas derrotas - aproveitamento de 79,36%. Autuori foi demitido após ser derrotado na final do Campeonato Mineiro e também perder o primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores para o Atlético Nacional, da Colômbia, por 1 a 0.
Em seu lugar chegou Levir Culpi, que conquistou a Recopa Sul-Americana e a Copa do Brasil. No ano seguinte, o treinador continuou no comando. Nos primeiros 21 jogos, Levir conquistou 12 vitórias, três empates e seis derrotas, com 61,90% de rendimento, entre jogos de Campeonato Mineiro e Libertadores. Assim, todos os antecessores tiveram início de ano melhor que Aguirre.
Mês decisivo
Diante das cobranças da diretoria e também da torcida, o Atlético-MG inicia um mês decisivo, mas com a confiança de que vai render o esperado. O time inicia a disputa das oitavas de final da Libertadores e também do mata-mata do Campeonato Mineiro. O volante Júnior Urso acredita que a equipe está crescendo e que o trabalho está sendo feito da maneira adequada por Diego Aguirre.
- Nosso time está crescendo. Mas temos que crescer com vitórias. O trabalho está sendo bem feito. Estamos bem nas duas competições. O desempenho está sendo bom e agora é a hora das decisões. E estamos preparados - garantiu o jogador.
Na próxima quinta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Mineirão, o Galo encara o Melgar, do Peru, pela última rodada do Grupo 5 da Libertadores, precisando apenas de um empate para se classificar. No domingo começa o confronto das semifinais do Campeonato Mineiro contra a URT, às 16h (de Brasília), em Patos de Minas.
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