Com dois dias de atraso, o atacante André Dias foi apresentado no Santa Cruz como o último reforço coral para o Campeonato Pernambucano. Aos 32 anos e sem clube desde maio de 2012, ele está sem condicionamento físico e deve demorar pelo menos duas semanas para voltar a jogar.
- A minha transferência em 2012, do América-MG para o Botafogo-SP, foi complicada, então cheguei atrasado, com a temporada em andamento. Para não perder tempo, tentei queimar etapas do trabalho físico para acompanhar o elenco e acabei me prejudicando, lesionando o joelho direito e por isso ficando quase um ano sem entrar em campo. Desta vez não repetirei o erro.
André Dias vem sofrendo com contusões desde 2005, quando começou a sentir dores no joelho esquerdo. Como adiou a cirurgia até não poder mais jogar, sobrecarregou a outra rótula. Ele operou o tendão patelar do joelho direito e quase desistiu de voltar para o futebol.
- Poderia esconder isso, mas pensei parar de jogar. Meus pais e minha família me incentivaram a continuar, defendendo que ainda estava muito novo para isso. A minha lesão e o mercado da bola me desmotivaram, porém futebol é feito cachaça: vicia, não dá para parar. Foi uma atitude impulsiva, mas certeira, pois se passo mais um tempo fora não teria mais condições físicas de ser profissional.
O atacante foi revelado pelo Santos no início da década passada, fazendo parte da segunda geração dos “Meninos da Vila” liderada pelo atacante Robinho e pelo meia Diego. Depois passou por clubes do Emirados Árabes Unidos, pelo Spartak de Moscou (Rússia), Vasco, Vila Nova e Cruzeiro.
- O Santa Cruz é um recomeço, isso não é novidade para ninguém. Passei quase um ano sem jogar, sendo uma interrogação, cansado fisicamente e psicologicamente. Mesmo com a desconfiança natural, o clube apostou em mim e espero poder responder essa aposta dos tricolores.
- Sou otimista e mesmo sabendo o tempo exato que ficarei de fora, espero que seja o mais rápido possível. Até porque se não recuperar, não jogo pelo clube.