Após quase dois meses de treinos em Campinas (SP), dois amistosos contra Cuba e seis partidas pelo Sul-Americano na Venezuela, além de jogos contra times masculinos, a seleção brasileira de basquete feminino viajou nesta quarta-feira à França para uma série de três amistosos contra as europeias. A equipe comandada por Antonio Carlos Barbosa enfrenta as adversárias em Biarritz, no litoral sul do país, perto da fronteira com a Espanha, em jogos-treino marcados para sexta-feira (1), domingo (3) e segunda-feira (4). A viagem faz parte da preparação das jogadoras em busca de bons resultados na Olimpíada do Rio, de 5 a 21 de agosto.
- Este é o momento de fazer uma avaliação mais concreta e clara do nível que estamos hoje de trabalho e perspectiva. A França é um ótimo adversário para esse momento, pois é uma equipe que está entre as primeiras do mundo (4º lugar no ranking mundial da Federação Internacional, a FIBA). É a atual vice-campeã olímpica (Londres 2012) e vai atrás de mais uma medalha. Elas estão vindo de vários amistosos já em ritmo olímpico, com a equipe completa e vai participar de um quadrangular nos Estados Unidos, com Canadá, Austrália e as anfitriãs. Com certeza vai ser uma boa avaliação - analisou Barbosa.
O elenco verde e amarelo está quase completo, apesar de dois desfalques importantes. As pivôs Erika e Clarissa, que atuam pelo Chicago Sky na WNBA, a liga americana de basquete, ainda têm compromissos nos Estados Unidos e se apresentam à seleção apenas no dia 17. Por outro lado, o time conta com a ala-pivô Damiris, que abdicou de defender o Atlanta Dream para treinar com a seleção no Brasil, e Adrianinha, em recuperação de uma rotura parcial do tornozelo. A armadora voltou a treinar com o grupo depois de meses tratando uma lesão no Tendão de Aquiles e poderá recuperar o ritmo de jogo contra a França.
- Não podemos esquecer que não estaremos com o grupo completo, ainda sem Érika e Clarissa, na WNBA, e Adrianinha ainda em readaptação. Enfrentamos a França em Olimpíadas e Mundiais. São jogadoras reconhecidamente fortes fisicamente, com pivôs excepcionais, sem falar na Dumerc que foi MVP (melhor jogadora) no Mundial. Temos que respeitar e saber que elas vão atrás de uma medalha, enquanto o Brasil irá como azarão - completou o treinador da seleção.
O Brasil viajou com 13 jogadoras para os três amistosos: as armadoras Adrianinha, Bárbara Honório, Tainá Paixão e Joice Rodrigues, as alas Iziane Castro, Isabela Ramona, Palmira Marçal, Patrícia Ribeiro e Tatiane Pacheco, a ala-pivô Damiris Dantas e as pivôs Karina Jacob, Kelly Santos e Nádia Colhado. A ala Jaqueline Silvestre e a pivô Gilmara Justino foram liberadas dos treinos. Barbosa falou sobre a sua filosofia de trabalho e o estilo de jogo de suas comandadas.
- Eu tenho o mesmo estilo de jogo desde a primeira vez que assumi a seleção brasileira, em 1976. Criei essa filosofia do jogo de velocidade, de transição, de arremessos, de marcação, enfim, situações para aproveitar as melhores condições individuais para nossas jogadoras. Jogo de intensidade, procurando forçar o time adversário a jogar com velocidade, ou seja, com uma marcação agressiva, saída rápida e variando bastante o jogo em baixo da cesta aproveitando bem as pivôs, mas como consequência também aproveitando as bolas de fora. Vamos jogar em cima dessa filosofia. Pensando nisso voltamos a trabalhar bastante os treinos de arremessos de fora para aumentar esse aproveitamento - explicou o técnico.
A seleção brasileira encerrou recentemente uma série de quatro amistosos contra equipes masculinas, com duas vitórias sobre a Sub-19 de Valinhos (86 a 73) e Sub-17 do Tênis Clube Campinas (91 a 81), e duas derrotas para a Sub-17 do Nosso Clube de Limeira (84 a 77) e Sub-18 de Jundiaí (84 a 76).
- Jogar contra essas equipes é importante, pois você encontra um grau de dificuldade grande. É uma situação que é necessária para suprir a falta de muitos amistosos, mas que cumpriu o objetivo e supriu essa falta. Notei claramente uma melhora no decorrer dos jogos. Fechamos a série contra o Tênis Clube em que a equipe jogou muito bem. Talvez as jogadoras já estivessem mais tranquilas também pela definição do grupo que viaja para a França. Foi um jogo que agradou em todos os aspectos: defensivo, ofensivo, jogadas fluindo bem, intensidade, as saídas de contra ataque, o jogo de transição. Defensivamente estão assimilando bem o que a comissão técnica está propondo. Me agradou bastante o que vi - destacou.
No fim do mês, de 27 a 30 de julho, a seleção disputa o Torneio Internacional, em Campinas, com Japão e outros países a serem confirmados. O Brasil está no Grupo A da Olimpíada, ao lado de Austrália, Japão e os vencedores do Pré-Olímpico Mundial nas posições 1, 3 e 5. Na chave B, estão Canadá, Estados Unidos, Senegal, Sérvia e os vencedores das posições 2 e 4.
ENVIE PARA UM AMIGO
