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O apito final nem bem soara e já havia uma convicção: o Grêmio acabara de fazer uma de suas melhores partidas na temporada. E logo em um momento decisivo de 2016, no primeiro duelo da semifinal da Copa do Brasil. O 2 a 0 sobre o Cruzeiro, em pleno Mineirão com mais de 50 mil pessoas, foi construído com estilos opostos em dois lances capitas: os gols. No primeiro, posse de bola para deixar os tempos de Roger Machado com inveja. E no segundo, Renato no seu melhor estilo: contra-ataque objetivo, poucos toques e bola na rede.
O primeiro gol gremista saiu em uma longa troca de passes. Resume bem o domínio do time gaúcho sobre a Raposa durante os 90 minutos. Os mineiros estavam todos em seu campo. O Grêmio trocou passes pelas duas laterais – foram 23 passes e 53 toques na bola de atletas gremistas até a finalização de Luan, um toque que fez jus à jogada. Desde o início do lance, foram 60 segundos de posse de bola com paciência e passes precisos.
Dos 11 jogadores, apenas três não tocam na bola: o goleiro Marcelo Grohe e os zagueiros Pedro Geromel e Kannemann, embora este inicie o lance com um chutão para o ataque, respondido por um jogador cruzeirense. A partir do passe de Marcelo Oliveira para Ramiro, só jogadores do Grêmio mantêm a posse de bola.
– Sabíamos das condições que temos, mas claro que nunca sabemos o que vai acontecer. Nos preparamos para o melhor sempre e fomos felizes. O time estava próximo, marcamos bem a equipe do Cruzeiro, fomos felizes para fazer os gols – disse o lateral Marcelo Oliveira.
Por outro lado, o segundo gol gremista é antagônico ao primeiro. Foram apenas quatro toques na bola: Kannemann corta chute de Leo e encontra Ramiro livre, o volante domina e dá para Douglas. O camisa 10 faz uma finta de corpo em Bruno Rodrigo sem encostar na bola e acerta o canto de Rafael com chute de perna direita.
Em sete segundos a bola vai dos pés do argentino para as redes do Cruzeiro, em gol que coroou a boa atuação como visitante. Uma capacidade e objetividade que vem desde a chegada de Renato. O pedido constante é para que o time seja mais objetivo e busque o ataque com velocidade. O repertório do Grêmio ficou claro nesta atuação.
– Conseguimos fazer o nosso jogo e nosso propósito, que era marcar e sair no contra-ataque. Foi o que aconteceu. Conseguimos dois gols importantes – comentou Douglas.
Os gols explicam um pouco do que foi o jogo. Mas é impossível resumir a atuação gremista sem falar da defesa. Renato montou um sistema sólido de marcação, uma das prioridades do seu modelo. O Tricolor concede poucos espaços aos rivais desde a chegada do ídolo – levou cinco gols em dez partidas no comando. O Cruzeiro de Mano Menezes não perdia há cinco jogos e havia feito quatro gols no Corinthians na fase anterior da Copa do Brasil.
A estratégia gremista passou diretamente pela defesa. Kannemann e Pedro Geromel foram incansáveis na marcação e anularam nada menos que Ábila. Os laterais também tiveram papel determinante e cresceram desde a chegada de Renato – especialmente Marcelo Oliveira, antes contestado pela torcida por suas atuações.
Com a classificação encaminhada, o Grêmio decide a vaga contra o Cruzeiro na próxima quarta em Porto Alegre com a confiança nas alturas. O sonho do penta segue vivo nos corações gremistas.
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