Virou de pernas para o ar o mundo de Erik, 19 anos. De joia alçada aos profissionais por Felipão em outubro, com direito à titularidade no Brasileirão, o meia-atacante foi surpreendido ao ser informado na terça-feira que não estava mais nos planos do treinador. Ao menos para o Gauchão, período em que o "Robinho" tricolor precisará buscar nova vitrine longe da Arena.
Erik estava entusiasmado no início de 2015. Afinal, figurava entre os 33 tricolores que subiram a Serra para a pré-temporada em Gramado. Lá, no entanto, teve poucas chances nos coletivos e também no jogo-treino e no amistoso. Viu outros jovens se destacar, como Paulinho, que retornava de empréstimo, e Everton - este último fora tratado, junto com Erik, como possíveis soluções caseiras à saída de Dudu, hoje no Palmeiras.
Contribuiu para a saída de cena de Erik o esquema tático. Felipão priorizou testes para tentar incluir Marcelo Moreno e Barcos no ataque, usando menos jogadores de lado de campo. Mesmo assim, Erik entrou na vaga de Luan aos 23 minutos do segundo tempo do amistoso com o Novo Hamburgo, em Gramado - o rival da Região Metropolitana encontraria o empate quase nos acréscimos do confronto.
Para o duelo contra o Cascavel no último domingo, o meia-atacante não fora relacionado, o que deu o primeiro indício do afastamento e de sua reprovação no "vestibular" que reuniu 14 promessas em Gramado. Além dele, irão treinar separado até encontrar um novo clube o volante Negueba e o atacante Paulista. É possível que Erik não fique muito tempo nessa condição. Tanto o Grêmio quanto o seu empresário entendem que o jovem tem bom mercado. A missão, agora, é buscar vitrine e experiência, para, quem sabe, conseguir retornar.
- Com certeza, essa decisão nos pegou de surpresa. Mas é normal. A ideia é que ele saia para pegar mais experiência. Ele não teve muitas oportunidades neste início de ano, a concorrência aumentou com Everaldo, Marcelo Moreno… A gente esperava um ano de afirmação no Grêmio. Mas isso ainda pode ocorrer no Brasileirão - explica o empresário Carlos Alberto Daneluz, ao GloboEsporte.com.
Nascido em Três Rios, no Sul do Rio de Janeiro, o garoto passou uma infância difícil, ao lado do pai, o eletricista Sandro do Nascimento, da mãe, Erika, e do irmão Alex. Vivia com o suficiente para se manter e para mostrar a desenvoltura com a bola. Tanto que recebeu um apelido sugestivo pelas características semelhantes às de um jogador de nível de seleção brasileira: Erik “Robinho” - alcunha que acabou não pegando nas categorias de base do Grêmio.
A chegada ao Tricolor se deu em 2011, após passagem pelo Juventude. A estreia profissional ocorreu em outubro passado, ao impressionar Felipão por qualidades marcantes, como o chute potente. O garoto entrou aos 40 minutos do segundo tempo na vitória por 1 a 0 sobre o Figueirense, na Arena. Depois, foi titular contra o Coritiba, empate em 1 a 1, atuando 72 minutos na vaga de Luan, suspenso. Ainda participou de 17 minutos na derrota para o Bahia, pela penúltima rodada do Brasileirão. O contrato com o Grêmio vai até o final desta temporada.
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