Pouco mais de um ano atrás, no início de fevereiro, a diretoria atleticana, então comandada por Alexandre Kalil, anunciou a contratação do zagueiro Edcarlos. Na época, o Atlético-MG corria contra o tempo para fechar com defensores para disputar a Libertadores, já que tinha perdido Emerson, com uma fratura, não tinha renovado o vínculo de Gilberto Silva, e ainda não contava com Réver, com problemas no tornozelo. No elenco, apenas Leonardo Silva e Jemerson para o setor, e posteriormente Otamendi, que viria a ser contratado.
Mas, a solução mais imediata foi Edcarlos, que, antes mesmo de chegar a Belo Horizonte, despertou a ira de alguns torcedores. Não foi só isso. Quando a notícia chegou aos atleticanos que estavam no Independência para acompanhar a partida frente ao Tombense, ecoaram gritos de “Edcarlos não”. Para completar, logo após a partida, o então mandatário do clube corroborou a revolta dos torcedores com uma entrevista pouco agradável ao novo reforço.
Pouco mais de um ano se passou, e muita coisa mudou com relação ao jogador. A condição de reserva permanece, mas sua experiência, e o bom convívio com os companheiros no dia a dia, alçaram o defensor ao posto de um dos líderes do elenco. Na ausência de Jemerson ou Leonardo Silva, Edcarlos é o homem de confiança de Levir Culpi, tanto que tem herdado a braçadeira de capitão do lesionado camisa 3. O zagueiro relembra a trajetória e fala das dificuldades do início de sua passagem pelo Atlético-MG.
- No início foi complicado, questionamentos normais e naturais aconteceram, mas com trabalho e tranquilidade busquei meu espaço. E procuro fazer as coisas da melhor forma, dentro e fora de campo, ajudando. Assim conquistei o respeito dos colegas e do torcedor.
Atualmente, Edcarlos soma 41 partidas pelo clube, com três gols marcados, o mais importante frente ao Corinthians, na Copa do Brasil do ano passado. O jogador também foi peça de destaque na última quarta, ocasião em que o alvinegro bateu o Colo-Colo e se classificou para as oitavas de final. Mas, nem mesmo os bons jogos fizeram o defensor ir à forra contra os críticos. Ele preferiu dividir os méritos com o grupo.
- Fico feliz pelo momento, mas é devido à força de espírito, não só a minha, mas de toda equipe. A forma que todos têm conseguido suportar as pressões que nós mesmos nos colocamos, esse poder de reação contagia um ao outro e, com isso, reagimos de forma positiva. Por isso, fico feliz.
E os elogios não iludem o defensor. Calejado numa carreira recheada de títulos e críticas, ele sabe que na posição nunca se poder estar tranquilo ou satisfeito.
- Como friso, por ser de uma posição de segurança não posso baixar a cabeça e achar que está bom. Qualquer deslize tudo vai por água abaixo, por isso tenho que manter a concentração sempre.
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