Mato Grosso, 23 de Abril de 2024
Esportes

Desabafo de Fred gera indignação e CBF promete medidas imediatas

20.04.2014
14:25
FONTE: Globo Esporte

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Ameaçado, com medo de sair na rua com a família, acuado pela própria torcida. Faltando 54 dias para o Brasil mostrar ao mundo como os torcedores se comportam, as atitudes das torcidas organizadas ainda dão o que falar. O desabafo emocionado de Fred no Esporte Espetacular gerou uma onda de apoio ao atacante. Além de dirigentes de Fluminense, Cruzeiro e Palmeiras, jogadores e até os atores Pedro Cardoso e Evandro Mesquita também se manifestaram de acordo com as declarações de Fred. José Maria Marin, presidente da CBF, ligou para o jogador e se disse indignado com a situação. Marin prometeu medidas imediatas para não deixar o caso cair no esquecimento.

- Liguei para o Fred. Ninguém pode aceitar qualquer tipo de violência. A violência é sempre inoportuna, mas no momento em que a família, a criança, está frequentando os estádios. É preciso ir muito além, mas cenas de violência quando o pai procura proteger, abraçar, o seu filho menos para “proteger da violência no estádio”. E esses maus elementos devem ser afastados da prática esportiva o mais depressa possível. Mas eu sou favorável a uma punição severa - afirmou Marin. 

Depois da reportagem, o presidente Peter Siemsen, do Fluminense, suspendeu o dinheiro que era destinado às torcidas organizadas, seguindo o exemplo de Cruzeiro e Palmeiras. No clube mineiro, Gilvan de Pinho Tavares enfrentou o problema sem medo, apesar de também receber ameaças pelo telefone. Depois de uma reunião, o Conselho Deliberativo decidiu que as torcidas não podem mais usar os símbolos do clube em suas camisas e bandeiras. 

- Não rompemos com as torcidas organizadas. Rompemos com aqueles bandidos, vândalos que faziam parte das organizadas. Chegamos à conclusão que a própria direção de algumas torcidas organizadas estavam, brigando entre si. Para você ter uma ideia: telefonavam na minha residência, ameaçavam minha família, minha esposa. A mim, pessoalmente, não ameaçaram, mas minha esposa ficou muito assustada a princípio - revelou Gilvan. 

O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, passou por situação semelhante. O clube rompeu qualquer relação com as facções desde o episódio na Argentina, no ano passado, quando membros da Mancha Alviverde tentaram bater nos jogadores no aeroparque Jorge Newbery, em Buenos Aires. 

 - Acredito que o tema torcida organizada é como um vespeiro. O vespeiro, uma hora ou outra acaba entrando em erupção, saindo abelha para tudo quanto é lado. O que queremos é que os organizados se provem organizados. Eles precisam expurgar uma minoria de maus elementos que existem dentro das torcidas. Esses maus elementos acabam contaminando o todo e aí, cada vez mais, a opinião pública, o poder público vai acabar ficando contra as uniformizadas. Hoje não existe briga, não existe nada. Apenas não existe relação nenhuma - disse Paulo. 

Emerson Sheik também se declarou contra as organizadas. A relação do herói do Corinthians no título da Libertadores com as organizadas começou muito bem. Mas, quando o rendimento do clube caiu, o jogador sentiu as represálias. O atacante, recém-contratado pelo Botafogo, também foi ameaçado durante uma invasão do Centro de Treinamento do Timão, em São Paulo. 

- O torcedor acha que tem todo direito de reclamar no estádio e até na porta do centro de treinamento também. A única coisa que eu não concordo é quando passa do limite. Quando vira violência é caso de polícia e aí são as autoridades que tem que resolve. Falei isso na época: acho que o torcedor tem o direito de reclamar, passou disso, chama a polícia. Porque são bandidos, não são torcedores.  

Durante a semana, Fred participou das gravações da “Grande Família” e conseguiu descontrair um pouco o clima de tensão.  E o atacante percebeu que o assunto era sério até mesmo para os comediantes Pedro Cardoso e Evandro Mesquita. 

- Não tem porque levar o futebol para esse lugar da violência. O futebol é brincadeira, é diversão, não é lugar para ter raiva de ninguém. E nada contra o atleta que jogou mal, que perdeu. Não é porque ele quis! Jogou mal, porque às vezes a gente joga mal. Tem dia que eu atuo mal - afirmou Pedro, que interpreta Agostinho no seriado. 

-Paz nos estádios aos torcedores de boa vontade - completou Evandro.

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