Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Esportes

Dorival pede aprovação da Lei Caio Júnior: "O futebol brasileiro precisa"

06.02.2017
10:59
FONTE: G1

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  • Dorival Júnior é um dos incentivadores da Lei Caio Júnior
No Santos desde julho de 2015, Dorival Júnior é o técnico mais longevo da Série A do Campeonato Brasileiro. Mas enquanto outros profissionais não tiverem a mesma estabilidade, não há muito o que comemorar. 

O comandante santista é vice-presidente da Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF), criada em agosto de 2013 para buscar a regulamentação da profissão no futebol brasileiro. O projeto de lei 7560/2014, proposto pelo deputado José Rocha, do PR-BA, ganhou o nome de Caio Júnior, técnico da Chapecoense, um dos fundadores da federação e vítima da queda do avião na Colômbia, em 2016. 

O projeto passa por algumas correções na Comissão de Tecnologia e será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça na sequência. Se aprovado, vai para votação na Câmara dos Deputados. 

– Nossa intenção é regulamentar a profissão, oferecendo segurança para os profissionais de todas as divisões. Com a procura por direitos e de um tempo mínimo à frente de um clube de futebol, sem ficar pulando de galho em galho. Perto de 70% dos treinadores do país, por exemplo, não têm carteira assinada. Isso é inconcebível em um país que ama tanto o futebol. Nós ficamos para trás – disse Dorival Júnior em entrevista ao GloboEsporte.com. 

O objetivo da FBTF é que os profissionais brasileiros tenham onde se capacitar, com cursos específicos e acessíveis para a função e não apenas a Educação Física em universidades como opção.

– É um projeto de reestruturação do futebol. O futebol brasileiro precisa. Qualquer pessoa hoje, sem que tenha o mínimo de preparo, pode ser treinador de futebol. Gostaríamos de corrigir isso. Queremos ajuda da CBF para ministrar cursos em todo país, e não só nos grandes estados Nossa ideia é levar o conhecimento por intermédio dos institutos federais. Toda capital tem, no mínimo, um. Assim, ninguém precisa se deslocar do Amazonas para o Rio de Janeiro, por exemplo, e pagar valores absurdos de viagem, estadia, além dos custos do próprio curso – explicou. 

– Para ex-jogadores reconhecidos como Rogério Ceni e Elano, é mais fácil. Mas pensamos na maioria que fica no meio do caminho. Nosso pensamento é do ex-profissional cumprindo carga de estudos menor, já que possui a vivência, e os que não trabalharam no futebol com um número um pouco maior de aulas e experiências na prática, como estágios. Os cursos seriam reconhecidos pelo Ministério da Educação, CBF, Conmebol e UEFA, com capacitação completa e a possibilidade de vivenciar a profissão em qualquer clube do mundo. Hoje, do jeito que está, o treinador brasileiro precisa sair do Brasil para estudar, obter a licença e trabalhar no exterior – completou. 

Uma das dificuldades para que a Lei Caio Júnior vingue é o lobby do Conselho Regional de Educação Física (Cref), em Brasília, para que o futuro treinador só exerça a profissão com o diploma de educador físico.  

– Encontramos algumas dificuldades com o Cref porque estão colocando como exigência a formação de Educação Física. Estamos tentando mostrar à diretoria que não é necessário. A profissão de treinador não precisa estar vinculada à de preparador físico. É importante, eu tenho a formação, mas tive 40 horas de aula de futebol. É muito pouco. Me deu sustentação nenhuma. Nem para dirigir um clube social.

 Treinador precisa abranger outras áreas diferentes do preparador físico. É mais importante um curso específico do que o de Educação Física – analisou Dorival. 

Contrapartidas
Para que a Lei Caio Júnior seja aprovada, os técnicos entendem que é preciso ter todos os argumentos em mãos. Explica-se: não adianta pedir por estabilidade e direitos na profissão se eles mesmos incentivarem a dança das cadeiras.

Cerca de 70 treinadores importantes, de vários estados do Brasil, estão em um grupo de whatsapp para conversar sobre o projeto. Há a ideia de que haja um código de ética a ser seguido. 

– O primeiro ponto é que tenhamos um código. É fundamental! Temos que ter argumentos para pedir a regulamentação da profissão. É preciso que a gente se respeite para que nos respeitem. Precisamos nos preocupar com a causa. Pelo que acontece com um amigo, estar atentos aos movimentos políticos. Política no bom sentido, a do dia a dia. Para que isso se confirme, temos que estar mais próximos e todos vivenciando o mesmo processo, sabendo que será importante – apontou Dorival. 

– Com a triste notícia da morte do Caio Júnior, houve uma mobilização maior. Muitos técnicos se sensibilizaram e temos conversado diariamente neste grupo para discutir as dificuldades. Não tínhamos essa aproximação. Foi um passo importante e cada um se mexe em seus estados para sensibilizar os deputados – concluiu.

A Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol tem Zé Mário como presidente. Dorival Júnior, Falcão e Vagner Mancini como vice-presidentes. Alfredo Sampaio é o secretário geral. Felipão, Zico e Carlos Alberto Parreira fazem parte do Conselho Consultivo.

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