Ele apareceu de forma impressionante em pelo menos três momentos da partida. Na primeira, com o Cruzeiro já em desvantagem, conseguiu raspar com a ponta dos dedos antes de ver a bola explodir na trave e correr sobre a linha. Dois minutos depois, defendeu chute cruzado de Ramiro, cara a cara. A terceira, a mais impressionante, ocorreu já no segundo tempo, quando Barcos pôde recolocar o Grêmio em vantagem, mas parou em defesa descomunal do camisa 1. Por estas e por outras, o goleiro Fábio é um dos maiores ídolos da torcida do Cruzeiro de todos os tempos. Não somente pelos mais de 600 jogos, mas por defesas como as de quinta-feira, que ajudam a equipe mineira a se aproximar de mais um título.
Como não bastasse o carinho e admiração dos fãs, o goleiro do Cruzeiro também conta com o respaldo quase que incondicional dos companheiros. Extasiados com a vitória de virada que praticamente garante o bicampeonato Brasileiro, eles não tiveram dúvidas quando o capitão entrou no vestiário. Em alto e bom som, em meio a uma Arena ainda atordoada, o recepcionaram com festa.
- P#@## é o melhor goleiro do Brasil!, gritavam os jogadores celestes, sem se importar com o fato de estarem na casa do adversário.
O desabafo coletivo aconteceu durante a exibição dos melhores momentos da partida nos televisores do vestiário, conforme atestou o gerente de futebol Valdir Barbosa. Talvez não acreditando no que haviam acabado de conseguir, já que o Cruzeiro não batia o rival desde 2007 no Sul. Ou talvez imaginando o que está por vir no final de semana - a conquista do título -, eles fizeram do interior daquelas quatro paredes um pedaço da arquibancada do Mineirão.
Mas a festa de um título praticamente garantido (só a matemática ainda não se rendeu) começou ainda no gramado da Arena, após o apito final. Os abraços e gritos eram muito mais significativos do que os de uma vitória normal. Os de quinta foram de um título que já se desenhava desde as primeiras rodadas da competição.
A reunião e a oração logo após o duelo não foram somente pelos três pontos, mas sim pelo título que pode se confirmar, inclusive na matemática, no próximo domingo, no Mineirão, diante do Goiás, e de provavelmente 60 mil cruzeirenses.
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