Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Esportes

Estilo Aguirre testa limites físicos, mas ganha respaldo e é trunfo em "finais"

22.05.2015
09:20
FONTE: G1

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  • Colorados sentiram o ritmo de jogo intenso na segunda etapa contra o Santa Fé Fe
Mais do que abatimento e decepção, o gol sofrido aos 46 do segundo tempo da derrota por 1 a 0 para o Santa Fé, no El Campín, pelo jogo de ida das quartas de final da Libertadores deflagrou uma característica recorrente no Inter de Diego Aguirre. Um sintoma da intensidade pretendida pelo comandante. Em 90 minutos, o Colorado vai de um início de jogo fulminante, com muita pressão contra o adversário, até um desgaste e a queda de rendimento, considerados naturais, na segunda etapa. Condição que faz os jogadores irem à exaustão ao deixar tudo dentro de campo a cada partida, mas que não preocupa a diretoria colorada, que apostou justamente no "estilo" do uruguaio para buscar o tricampeonato da Libertadores.

Até o momento, o estilo vem rendendo frutos ao time. Foi assim, com primeiras etapas avassaladoras, que o Inter bateu o Grêmio na final do Gauchão e despachou o Atlético-MG nas oitavas de final da Libertadores. Mas também sofreu duros golpes nos instantes finais. É o caso do confronto contra o Santa Fé, na Colômbia, e do jogo de ida contra o Galo, no Independência, quando Leonardo Silva anotou o gol de empate em 2 a 2 aos 49 do segundo tempo.

- É o estilo de jogo do treinador. Se vê desde o Peñarol, em 2011, quando foi vice da Libertadores. Era a ideia quando foi contratado. É um estilo adequado para a disputa da competição, que sempre agradou à torcida do Inter. Claro que gera um desgaste maior, tanto psicológico quanto físico, principalmente no mata-mata. É normal. Toda vez que o Inter leva pressão é de forma natural. Não é que o Inter recue ou canse, mas porque o adversário impõe seu estilo, ainda mais dentro de casa - avalia o diretor de futebol Marcos Marino ao GloboEsporte.com.

Trata-se de uma filosofia de trabalho implantada pelo uruguaio no início da temporada e que, aos poucos, é assimilada pelos jogadores. Prova disso é a diferença na intensidade apresentada pela equipe nos primeiros jogos do ano, quando o comandante convivia em meio à pressão pela falta de resultados, e nos últimos confrontos, em que, enfim, conquistou a confiança dos colorados.

- É um processo que se dá a longo prazo. Ele iniciou o ano com essa proposta e está implementando com sucesso. Não é por que tomou um gol que vai desconstruir tudo isso. Para jogar assim, com muita intensidade, precisa de adaptação. É normal. Muitas vezes não vai ocorrer de apresentar equilíbrio em todos os momentos do jogo. Com a intensidade, vem a oscilação. É uma mudança gradativa, de adaptação tática, mental e técnica. É só ver como jogava no começo do ano e como joga agora - afirma o coordenador de preparação física do clube Elio Carravetta.

As próprias circunstâncias dos jogos e a postura dos adversários interferem na intensidade da equipe dentro de campo. Em caso de desvantagem no placar, a tendência é de que o ritmo se torne mais intenso, e vice-versa. Contra o Santa Fé, por exemplo, os jogadores sentiram os efeitos da altitude de 2,6 mil metros de Bogotá.

De acordo com Carravetta, os jogadores já demonstram ter assimilado a nova filosofia, à medida que sabem o momento de pressionar e de reduzir o ímpeto durante as partidas.

- É óbvio que vai oscilar. Em algumas situações, a equipe adversária vai sobrepor em um determinado momento, ainda mais quando estiver em desvantagem no placar. Essas coisas acontecem. É um processo, mas eu percebo que os jogadores estão evoluindo. Sabem quando controlar. Contra o Santa Fé, o Sasha deu duas arrancadas seguidas e depois, segurou um pouco na partida, para se recuperar - salienta o coordenador.

Aguirre diz que fazer rodízio é "inevitável"

Não é à toa, portanto, que Aguirre implementou sua filosofia de rodízio entre titulares e reservas ao longo do ano. O próprio comandante afirmou, após a vitória por 3 a 1 sobre o Galo, nas oitavas da Libertadores, que seria impossível manter a mesma equipe para atuar no Brasileirão, diante do Avaí, quatro dias depois, dado o desgaste do confronto. Já naquele jogo se viu uma queda brusca de desempenho na etapa final.

- É inevitável colocar reservas (contra o Avaí). É impossível colocar os que jogaram hoje (na partida contra o Atlético-MG). Se não fizer o rodízio, vai ser impossível ganhar na Colômbia - salientou o treinador após a partida.

Após o revés no El Campín, o Inter precisa vencer por dois ou mais gols de diferença no Beira-Rio, no jogo de volta, para assegurar a vaga nas semifinais. Um novo 1 a 0 leva a decisão para os pênaltis. Caso o Inter vença por um gol de diferença, mas sofra gols, a classificação fica com o Santa Fé.

Antes de receber os colombianos, na próxima quarta, às 19h30, o Colorado tem compromisso no Brasileirão. Com time reserva, visita o Vasco, às 18h30 de sábado. No entanto, Diego Aguirre montará equipe 100% reserva para o jogo válido pela competição nacional.

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