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Estreia em Jogos, goleadas, humildade e emoção: o Fiji da Olimpíada 2016

27.07.2016
10:48
FONTE: Ruan Melo e Thiago Pereira, em Salvador

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  • Seleção de Fiji treinou no CT do Caju, do Atlético-PR

A posição no ranking da Fifa é a modesta 187ª. O jogador de maior destaque dificilmente seria reconhecido se transitasse pelas ruas de qualquer cidade do Brasil. O esporte mais praticado no país sequer é o futebol. Mas o que importa? Animada, a delegação de Fiji chegou na madrugada desta quarta-feira a Salvador para iniciar a caminhada na primeira participação em Olimpíada com a seleção masculina de futebol. A busca não é por medalha. A experiência é a prioridade. O discurso do técnico Frank Farina é o de manter a humildade, sem, contudo, deixar de acreditar no imponderável. 

- Fiji é uma pequena ilha, e esse é um campeonato novo para nós. Isso é um grande passo. Muita gente aqui está com altas expectativas, mas, se formos realistas, as chances são pequenas. Não somos o time de rugby de 7 (...) Queremos ter uma boa performance, não passar vergonha e mostrar credibilidade. Essa é a realidade, e as pessoas que acham que vamos ganhar medalhas não entendem isso. Vamos ganhar experiência. É preciso não confundir ambição com habilidade (...) Mas coisas estranhas podem acontecer num campo de futebol. Basta se preparar bem - afirmou Farina ao site oficial da Fifa.

A seleção de Fiji estreia na Olimpíada no dia 4 de agosto, diante da Coreia, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Kolinio Sivoki e Sekaraia Naisua foram suspensos por Frank Farina. Sivoki foi mantido na relação de convocados, enquanto Naisua foi substituído por Joseph Turaqabeci.

Destaque da Seleção

Roy Krishna é o principal jogador da Seleção de Fiji. Um dos três atletas cima de 23 anos convocados pelo técnico Frank Farina, o atacante atua no Wellington Phoenix, da Nova Zelândia. Ele chegou a marcar gol no Mundial de Clubes da FIFA, disputado em 2013, quando atuava no Auckland City.  Em 2009, o PSV Eidhoven, da Holanda, cogitou a contratação de Krishna, mas a transferência não se concretizou. Em 2016, Krishna participou de 16 jogos e marcou 6 gols.

Retrospecto até a Olimpíada

A classificação de Fiji para a Olimpíada foi cercada de emoção. A seleção terminou a primeira fase do Pré-Olímpico da Oceania na segunda posição do Grupo B, com um triunfo e dois empates. A vaga para a final foi conquistada após uma vitória por 3 a 1 sobre Papua-Nova Guiné, a anfitriã do torneio. Na decisão, Fiji empatou no tempo regulamentar e na prorrogação com Vanatu. Nas primeiras cinco cobranças, o jogo seguiu empatado em 3 a 3. A disputa passou para os chutes alternados. Remy Kalsarap errou para Vanuatu e Jale Dreola selou a classificação fijiana para os Jogos.

Embora não tenha muita tradição no futebol, Fiji alcançou uma marca conquistada por poucos países em toda a sua história. Nos Jogos do Pacífico de 2015, o time sub-23 venceu os Estados Federados da Micronésia por nada mais, nada menos, que 38 a 0. Mesmo após terminar o primeiro tempo vencendo por 21 a 0, Fiji não diminuiu o ritmo na etapa final e continuou a fazer gols. Os últimos três saíram nos acréscimos da partida. O maior artilheiro do confronto foi Tony Tuivuna, que marcou dez gols.   

Em maio, a seleção veio ao Brasil e fez uma pré-temporada de doze dias no CT do Caju, do Atlético-PR. Antes, a equipe já havia feito uma outra série de treinamentos na Espanha. Nos amistosos no Brasil, porém, a sorte não foi grande. Fiji perdeu por 4 a 0 para a equipe sub-20 do Atlético-PR, foi derrotado por 8 a 2 para o sub-19 do Furacão e também levou a pior sobre o time principal do Paraná, que venceu por 4 a 2.

Retrospecto em Olimpíada

Esta será a primeira vez que a seleção masculina de futebol de Fiji participa da Olimpíada. A classificação para os Jogos foi uma surpresa, já que a Nova Zelândia, grande favorita para representar a Oceania, escalou um jogador irregular na semifinal dos Jogos do Pacífico de 2015 – que vale como pré-olímpico da modalidade - e foi eliminada. A atual geração da seleção fijiana conquistou recentemente um resultado expressivo no futebol da Oceania. No ano passado, a equipe se classificou para o Mundial sub-20 após uma campanha invicta no torneio Sub-20 da Oceania, com quatro triunfos e um empate.

Contexto político-econômico

País insular localizado no Oceano Pacífico, Fiji é composto por 332 ilhas, das quais um terço são desabitadas. A exportação de cana de açúcar e o turismo (300 a 400 mil visitantes por ano) são as principais fontes de receita da economia local. O fijiano e o inglês são as principais línguas do país - o território foi colônia do Reino Unido até 1970. O sistema político é a república parlamentarista, que tem George Konrote como presidente e Frank Bainimarama como primeiro-ministro. 

Curiosidades

O rúgbi é o esporte mais popular do país. Com três participações na Copa do Mundo de Rugby League, a seleção de Fiji já foi protagonista numa edição, em 2008, quando chegou na semifinal e foi o terceiro colocado – o primeiro jogo oficial ocorreu em 1992. Fiji serviu de cenário para as gravações do filme Anaconda 2.

Lista de convocados

Goleiros: Shaneel Naidu (Ba FC - FIJ) e Simione Tamanisau (Rewa FC - FIJ);
Defensores: Praneel Naidu (Ba FC - FIJ), Jale Dreloa (Suva FC - FIJ), Filipe Baravilala (Suva FC - FIJ), Alvin Singh (Ba FC - FIJ) e Kolinio Sivoki (Lautoka - FIJ)
Meio-campistas: Nickel Chand (Suva FC - FIJ), Antonio Tuivuna (Suva FC - FIJ) Ratu Waranaivalu (Rewa FC - FIJ), Ratu Nakalevu (Rewa FC - FIJ) e Joseph Turagabeci (Suva FC - FIJ);
Atacantes: Samuela Nabenia (Ba FC - FIJ), Anish Khem (Nadi FC - FIJ), Roy Krishna (Wellington Phoenix - NZE), Setareki Hughes (Suva FC - FIJ), Iosefo Verevou (Rewa FC - FIJ) e Saula Waqa (Ba FC - FIJ).

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