Felipão é muito mais que um técnico de futebol. Dentro do vestiário, observa cada movimento de seus jogadores para manter tudo no caminho que quer. E, atualmente, ele está vendo um desvio no rumo de um de seus comandados, que não revelou. Mandou um novo recado via entrevista coletiva para que seu jogador possa entrar nos eixos. Algo já feito anteriormente e que rendeu frutos com um "reforço" a baixo custo, o atacante Yuri Mamute, utilizado como exemplo pelo comandante.
Após a vitória por 2 a 0 sobre o Campinense, nesta quarta, na Arena, já era madrugada quando o treinador tricolor manifestou preocupação com um dos seus comandados. Com um elenco recheado de jovens, precisa ficar atento para que todos, mesmo aqueles que não estejam atuando, tenham comportamento adequado.
- Tem pessoas que a gente conversa, como amigo, como pai... não. Como um irmão mais velho. Por sinal, pretendo conversar com um dos meus jogadores que está cometendo um erro crasso na sua vida e que vou direcioná-lo - revelou Felipão.
O exemplo maior de correção de rumo é o atacante Yuri Mamute, que desponta como realidade após anos como promessa fracassada das categorias de base. O jovem de 19 anos a cada entrevista agradece ao treinador pelo “carinho” dado. Depois da dedicação além do normal, ganhou afagos também nos microfones: Felipão cobrou do presidente Romildo Bolzan Júnior um aumento para o jogador, que acabou de ser pai.
- Mamute melhorou. Está equilibradíssimo. É ótimo menino. Tem gente que precisa receber orientação, porque, quando a gente pega um grupo e tem outros inexperientes na vida, precisamos mostrar como a vida transcorre. São dificuldades, temos que ir para um lugar que não nos satisfaça. Tem muita gente boa no nosso time, a maioria, temos um bom ambiente. Eu como um técnico mais velho, com alguma experiência posso passar um pouco dessa experiência, como faço na minha casa. Tento direcionar meus filhos e, às vezes, eles erram - completou o comandante.
A postura não é uma novidade. Há três jogos, após o empate em 1 a 1 com o São José, o comandante foi aos microfones e mandou o recado: queria mais humildade nos atletas. Afirmou que havia jogadores pensando que eram “o Pelé”. Deu o resultado esperado. No jogo seguinte, admitiu que “usa a imprensa” para algumas situações, como também disse que “é usado”.
Talvez o maior aviso dado ao grupo ocorreu sem palavras, na última derrota tricolor no ano, dia 14 de fevereiro, quando saiu do banco de reservas com o jogo em andamento. Foi ao vestiário antes do apito final do duelo com o Veranópolis. Depois dali, não houve mais derrotas.
Felipão tenta, assim, encontrar mais um reforço dentro do elenco, como já fez com Mamute. A conversa deve ocorrer nesta quinta-feira, quando o Grêmio se reapresenta, às 15h30, no CT Luiz Carvalho. O próximo compromisso é no sábado, às 16h, na Arena, na segunda partida contra o Juventude, pela semifinal do Gauchão.
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