Queda na sexta-feira, expediente normal na segunda. Houve uma reviravolta no episódio da saída de Pedro Antônio Ribeiro da Silva da direção do Fluminense. Ao invés de deixar o clube, o vice-presidente de projetos especiais passará a ter menos atribuições nas Laranjeiras. A atuação nas finanças e no relacionamento com a administração do Maracanã, a pedido do presidente Peter Siemsen, fazem parte do passado. O dirigente, agora, responderá apenas pelo projeto do futuro Centro de Treinamento, a sua porta de entrada no Tricolor. Tudo resultado de uma série de divergências internas.
A saída havia sido definida em reunião na última quinta-feira entre Pedro Antônio e o presidente. A alegação para o fim da passagem, em comum acordo, era o desgaste provocado pela atuação do vice de projetos especiais em outras áreas. No dia seguinte, porém, o mandatário conseguiu contornar a situação.
- Não recebi nenhum pedido oficial para a saída do Pedro Antônio – limitou-se a dizer Peter Siemsen.
Pedro Antônio também preferiu não dar detalhes sobre o caso. Esteve nas Laranjeiras na segunda. Ao negar a saída do clube, disse que continuará trabalhando normalmente:
- Tem muita gente indo a um enterro sem defunto.
As saídas dos antigos diretor geral, Luiz Fernando Pedroso, e assessor da presidência, Jackson Vasconcelos, abriram espaço para Pedro Antônio se tornar o principal conselheiro de Peter. Por isso, durante a Copa do Mundo, assumiu interinamente a pasta de finanças. Depois, com a saída de Cadu Moura da gerência de arenas, passou a ser o responsável pela relação com o Maracanã. Sua principal bandeira era o corte de gastos. Por isso, construiu, ao lado do presidente, o aumento de preço dos ingressos.
O resultado foi desgaste interno e externo. A postura não era bem vista por outros diretores, que reclamaram de interferência. O Consórcio Maracanã não gostou de mudanças propostas e passou a evitar fazer concessões ao Flu. Alguns pedidos pequenos do Tricolor, como mais vagas para estacionamento, eram recusados.
Recentemente, Pedro Antônio foi o responsável por cortar os ingressos de cortesia para os jogadores.
Isso aconteceu no jogo em que o Fluminense empatou por 1 a 1 com o Coritiba, no Maracanã. O clube sempre concedia 30 bilhetes para todo o elenco e a decisão de encerrar essa prática revoltou o elenco, que voltou a ganhar as entradas no jogo seguinte. A direção ainda não decidiu quem será o responsável por dialogar com o consórcio.
O projeto do Centro de Treinamento tricolor na Barra da Tijuca está com dificuldade de sair do papel. O terreno, cedido pela prefeitura, precisa ser aterrado. Pedro Antonio tenta convencer ao governo fluminense ceder entulhos das obras do metrô para ajudar na obra.