Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
Esportes

Fora da Rio 2016, Felipe Lima renasce com 10 pódios no circuito da Fina

20.10.2016
08:27
FONTE: G1

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  • Veterano Felipe Lima em ação durante a etapa de Doha da Copa do Mundo de natação
O principal objetivo do ano ficou pelo caminho: a vaga na Rio 2016. Terceiro colocado nos 100m peito nas seletivas brasileiras, Felipe Lima teve que assistir à Olimpíada de casa. Frustração que trouxe lições, mas ficou para trás. Sem se deixar abater, o veterano de 33 anos entrou com tudo na temporada da Copa do Mundo da Fina, disputada este ano em piscina de 25 metros (a olímpica tem 50 metros). Após seis etapas, o mato-grossense já soma 10 medalhas, três delas douradas. Coleção que pode aumentar neste fim de semana com mais uma parada do circuito, em Cingapura – o SporTV 2 transmite as finais na sexta e no sábado, a partir das 8h (de Brasília).

- Cada atleta deve se fortalecer com as derrotas. Ficar de fora da Rio 2016 significou para mim um fortalecimento como atleta. Sempre me inspiro com as derrotas. Minha vida como atleta me ensinou isso. Cada ciclo tem um ponto final e agora já virei a página. Estou competitivo e com gana de treinar, o que me inspira para alcançar os próximos objetivos – disse Felipe Lima ao GloboEsporte.com diretamente da Ásia, por e-mail.

Este ano, a Copa do Mundo ganhou um peso maior: é a principal oportunidade de preparação dos atletas para o Mundial de piscina curta, marcado para dezembro, em Windsor, no Canadá. 

A possibilidade de competir em alto nível em piscina 25 metros durante todo o semestre foi um dos motivos que levaram Felipe Lima a optar por ir a todas as etapas do circuito. O que tem demandado investimento: está bancando do próprio bolso as viagens pela Europa e a Ásia. Mas o nadador tem gostado do retorno. 

- Tomei a decisão de participar das etapas através de investimento próprio. Bancar todo o circuito é um investimento grande, mas compensatório. Estou tendo grandes resultados e é esse o retorno que espero. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) já havia informado que estava com falta de recursos para levar os atletas brasileiros para as etapas, o que não me impediu de participar mesmo assim, pois era um sonho e um objetivo. Será uma boa preparação para o Mundial. Chegarei com uma ótima forma competitiva e sei que valerá todo o investimento.

Nas três primeiras etapas – Paris, Berlim e Moscou –, Felipe Lima conquistou uma prata e dois bronzes nos 50m peito, além de outro terceiro lugar nos 100m peito. Na primeira série asiática – Pequim, Dubai e Doha –, levou três ouros na primeira prova e três pratas na segunda. Atualmente, é o único brasileiro no Top 10 do ano em piscina curta: terceiro do ranking dos 50m peito (26s02) e quarto dos 100m peito (56s86).

- Vim com o único intuito de dar 100% e fazer o meu melhor em todas as provas. O resultado está aparecendo por isso. Treinei forte durante toda essa temporada e vim descansando para estar competitivo. Fiz um bom trabalho de base nos Estados Unidos com meus treinadores e passei dois meses treinando em Cuiabá-MT com meu técnico Jefferson Neves para aprimorar meus fundamentos e ganhar ritmo competitivo. Diante disso, naturalmente, esperava bons resultados, mas é sempre uma boa surpresa quando eles se concretizam - disse Lima.

Os bons resultados deste semestre animam Felipe para o Mundial de curta, onde vai em busca da segunda medalha em competições deste nível: em 2013, foi bronze dos 100m peito no Mundial em piscina longa de Barcelona. Apesar de não traçar metas a longo prazo neste momento, o veterano não descarta passar por mais um ciclo olímpico e buscar vaga Jogos de Tóquio, em 2020, quando estará com 37 anos.

- Me sinto em perfeitas condições de treino e me sinto competitivo. Enquanto durar essa sensação, buscarei fazer o meu melhor todos os dias nos treinos. Os resultados serão consequência de tudo isso. Tive uma boa conversa com meu técnico antes de começar as etapas da Copa do Mundo e resolvemos que iremos reavaliar ano a ano a possibilidade de competir até a Olimpíada de 2020. É uma longa caminhada, mas se eu estiver bem, por que não?

Mesmo distante do Brasil nos últimos meses por conta das etapas da Copa do Mundo, Felipe Lima tem procurado se informar sobre os rumos da natação brasileira, que vive momento político delicado por conta de denúncias do Ministério Público Federal (MPF) de suspeitas de corrupção na Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e o clima acirrado da disputa eleitoral da entidade. O nadador espera que, se forem comprovados desvios de dinheiro da entidade, os culpados sejam punidos. 

- Eu sempre prezei pela honestidade. Fazer coisas boas sempre traz coisas ainda melhores. Tenho ouvido inúmeras notícias sobre isso (crise da CBDA), o que tem sido inclusive assunto em algumas discussões nas mesas entre nós atletas aqui na Copa do Mundo. Quem é desonesto deve ser punido, mas não sou eu quem vai julgar ou culpar quem quer que seja. Deixo isso para quem está investigando e sabe o que está fazendo - disse Felipe Lima.

O veterano também lamentou que a situação esteja ocorrendo justamente após a realização da Olimpíada no Rio e defendeu a união dos atletas para ajudarem mais na evolução da natação no Brasil.

- Esse momento não é bom para a natação ou para o país, que acabou de realizar uma Olimpíada fantástica e poderia estar tirando melhor proveito disso para difundir o esporte em nosso país. Os atletas devem se unir para tornar o nosso grupo mais forte e acrescentar experiência para o futuro do esporte competitivo - concluiu.

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