Vencer por 1 a 0 se tornou sinônimo de goleada para o time do Grêmio. Esse foi o sentimento dos jogadores na saída da partida contra o Figueirense, na noite desta quarta-feira, na Arena. Embora a diretoria tenha diagnosticado “falta de ambição” na segunda etapa, os atletas e Felipão valorizaram, e muito, o placar obtido.
Até porque os números mostram que esse é o mapa da mina do Grêmio rumo ao G-4, do qual está distante apenas um ponto - é sexto, com 50 pontos. A metade das duas vitórias no Brasileirão foram construídas pelo placar mínimo.
Das 14 vitórias gremistas no Brasileirão, sete foram por 1 a 0 - sendo cinco sob comando de Luiz Felipe Scolari, que tem, ao total, nove triunfos desde que assumira o time em julho. A estatística faz jus ao ataque pouco produtivo na competição. Mesmo na sexta colocação, com 50 pontos, o Tricolor segue como o terceiro clube com menor número de gols (25), atrás apenas de Sport (23) e Criciúma (21), 12º e lanterna, respectivamente.
O Tricolor tem média de 0,83 tentos por jogo e a tendência é de que termine o campeonato com seu pior ataque da era dos pontos corridos - no ano passado foram 42 gols. Ou seja, precisaria de uma média de 2,2 gols por duelo nas próximas oito rodadas para alcançar 2013. Em contrapartida, conserva a defesa menos vazada, com 17 gols. O segundo colocado no quesito é o Corinthians, com 21. Marcelo Grohe chegou a ficar oito partidas sem ser vazado no Nacional.
Símbolo dessa filosofia tricolor, Barcos era o atleta gremista mais sorridente na passagem pela zona mista. Não é para menos. Com o tento suado, o argentino alcançou a meta dos 28 gols estipulada quando foi contratado no início de 2013. De sobra, ainda chegou a 13 bolas na rede no Brasileirão – a apenas um do artilheiro Henrique, do Palmeiras.
- É goleada mesmo, importante. O Grêmio não faz muito gol, mas é seguro, não sofre gol. É como vencer por 3 a 0. No Grêmio é difícil ganhar. Nós sempre sofremos um pouquinho, um pouquinho demais - sorri Barcos, na passagem pela zona mista.
Na análise de Dudu, 1 a 0 é um placar "normal". Afinal, trata-se de um resultado que pode encaminhar o time para uma das vagas na Libertadores, caso seja repetido.
- É resultado normal. Não precisamos vencer de três ou quatro gols. Se vencermos todos esses oito jogos por 1 a 0, com certeza estaremos na Libertadores - opina o meia-atacante.
Falta de ambição?
Por outro lado, a diretoria do Grêmio demonstrou certa preocupação com a "falta de ambição" da equipe contra o Figueirense. Se o time conseguiu ter boa produção na etapa inicial, cedeu espaços em demasia para o time adversário e correu riscos até o final da partida.
- O primeiro tempo foi bom, acho que não tivemos uma atuação tão convincente no segundo. Deixamos o Figueirense crescer. Poderíamos ter pressionado mais, o Grêmio teve cautela excessiva no segundo tempo. Poderia ter um pouco mais de ambição. Mas o time soube se defender muito bem - considera Romildo Bolzan, presidente eleito para o biênio 2015/16.
Durante o segundo tempo, quando o Grêmio tinha dificuldades para se lançar ao ataque, Felipão sacou o meia-atacante Luan para a entrada de Walace. Com isso, resguardou o time com quatro volantes. A tática deu certo. Na opinião do comandante, em entrevista coletiva, pouco importa "jogar bonito".
- Não me preocupa nada em jogar bonito. Se não der, não deu. O 1 a 0 pode decidir, o 1 a 1 pode ser que não decida. Se nós conseguirmos, além dos três pontos, jogarmos bonitos, com qualidade, eu também ficaria feliz. Mas eu fico contente com os três pontos. É muito fácil falar. Caldo de galinha é bom de vez em quando - valoriza.
Desde que Felipão assumiu o time, conquistou nove vitórias. Destas, cinco foram por 1 a 0. Mas é claro, se as vitórias magras persistirem, o time seguirá no grupo de cima da tabela.
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