Mesmo com a classificação debaixo do braço, o Grêmio admitiu que o empate em 1 a 1 com o Palmeiras, na noite desta quarta, não foi das melhores atuações. Mas a vaga na semifinal veio, com um gol de Everton e após expulsão de Allione. E a possibilidade de um título está viva e palpável para os gremistas. O discurso no vestiário foi justamente esse: puxões de orelha e lições para o Gre-Nal de domingo e, especialmente, as semifinais contra o Cruzeiro, a partir da próxima semana.
A caminhada surge como próxima para um clube que busca uma conquista nacional desde 2001, em título justamente da Copa do Brasil. São três pontos basicamente tocados pelo técnico Renato Portaluppi e pelo presidente Romildo Bolzan Júnior: concentração na bola aérea defensiva, após vazar por dois jogos consecutivos, melhorar a qualidade de passe, não "brincar" e acertar os contra-ataques para matar os jogos.
Com superioridade numérica por parte do Grêmio, a equipe construiu algumas chances ao final da partida, mas o passe saiu errado e acabou nos pés adversário. O time de Cuca, aliás, esboçou uma pressão no final, com cruzamentos e abafa. A classificação poderia ter ido por água abaixo naquele momento, conforme leitura do próprio treinador tricolor.
- Um jogo desse tamanho, não pode dar mole, tem que ficar ligado. Não estiveram uma noite como em outros jogos, mas vale o resultado. Lógico que não entrei nos detalhes ainda, só dei os parabéns, mas em Porto Alegre falarei e darei um puxão de orelha, não pode dar o mole que nós demos no segundo tempo, não pode dar essa chance. Não gosto disso, mesmo com um homem a mais, parecia que o jogo estava decidido. A bola pune, tivemos três chances e não matamos, colocamos tudo a perder, quando podíamos não sofrer tanto no final jogo - avaliou o treinador gremista.
- A gente sofreu ali atrás, tínhamos que matar o jogo. Pelo cansaço talvez, não estava oxigenando mais o cérebro e a gente acabou errando os passes. Mas temos que parabenizar a equipe pelo desempenho, não foi o jogo de hoje só, são 180 minutos e passamos. É o que importa - concordou Edílson.
Cuidado "aéreo"
Outro ponto o qual Renato promete ser pontual é na bola parada. Depois de valorizar o fato de não levar gols pelo alto, viu o time reserva vazar contra o Santos e os titulares sofrerem na Arena Palmeiras - além do gol de Thiago Martins, houve ainda bola na trave de Grassi no fundamento. Prometeu um olhar mais aguçado para o problema e cobrar os jogadores, por conta da marcação individual.
- Esse gol da visão de baixo fica difícil, no vídeo fica melhor. Vou puxar, sem dúvida. Quando falo que marco homem a homem, é para cobrar. Mas não quer dizer que somos imbatíveis, vamos tomar gols. O importante é que conseguimos os resultados. Vou ver quem fez o gol, que foi o zagueiro, e quem deveria estar na marcação. E aí é outro puxão. No momento que defino, é para cobrar. Tomamos o gol que não poderíamos, tomamos, mas felizmente buscamos o empate - comentou Renato.
A cúpula também viu pontos a ser corrigidos. O Tricolor se aproveitou da expulsão de Allione, embora tenha criado chances e feito Jailson trabalhar antes mesmo do cartão vermelho ao meia argentino. Quando ficou com um jogador a mais em campo, começou a dominar o rival. Conseguiu o gol com Everton e a partir daí viu mais espaços no gramado. Mas o primeiro tempo, especialmente, foi criticado.
- A sensação é que passamos de uma fase, estamos em uma semifinal e temos um jogo muito difícil nessa Sul-Minas que está acontecendo. Cumprimos o dever de passar, não está nada ganho. Tivemos dificuldades no passe, até para superar a marcação, nos enfrentamentos. Isso é possível corrigir para melhorar o desempenho do Grêmio quando joga em alto nível - comentou Romildo Bolzan.
O Grêmio retorna a Porto Alegre na tarde desta quinta. O próximo compromisso será no domingo, contra o rival Inter, na Arena. O técnico gremista não garantiu a escalação do time titular para o confronto, por conta do primeiro jogo da semifinal já ocorrer na próxima quarta, contra o Cruzeiro.
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