Em meio a um cenário dramático, com o Inter em 18º no Brasileirão, a derrota por 2 a 1 para o Santos na Vila Belmiro, no jogo ida das quartas de final da Copa do Brasil, até seria minimizada não fosse o cenário negativo recente que amplia à crise atual. Na luta para evitar o primeiro rebaixamento de sua história, o Colorado acumulou o sexto revés consecutivo na temporada e estipula, assim, sua pior série desde 1999.
Há 17 anos, a equipe chegou a amargar um total de sete tropeços em jogos subsequentes. Curiosamente, o técnico Celso Roth, hoje cada vez mais pressionado no cargo, foi o responsável por iniciar a série, à época no comando do Grêmio nas finais do Gauchão daquele ano.
Em 1999, o Inter até venceu a primeira partida da decisão do Gauchão por 1 a 0, mas acabou com duas derrotas consecutivas na série de três jogos que deu o título ao maior rival, orquestrado por Ronaldinho Gaúcho. Na sequência, o Colorado patinou na largada do Brasileirão e foi batido nas cinco primeiras rodadas – um adendo: entre o estadual e o Nacional, a equipe disputou dois amistosos com vitórias sobre Novo Hamburgo e Cruzeiro-RS. A série só foi encerrada com vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG.
A sequência atual supera ainda as cinco partidas com derrotas seguidas vividas pela equipe entre a 11ª e a 15ª rodadas do Brasileirão e apresenta traumas ainda maiores ao clube. Após respirar na tabela do Brasileirão com a vitória por 2 a 1 sobre o Santos, na 23ª rodada, o Colorado amargou queda brusca a partir do 2 a 1 sofrido para o Atlético-PR, fora de casa.
Num total de seis jogos com tropeços, dos quais dois pela Copa do Brasil, Celso Roth viu sua formação "ideal" ser dissipada pelos resultados negativos. De quebra, o Inter despencou ao atual 18º lugar, a quatro pontos de distância do primeiro integrante fora do Z-4.
Enquanto busca atribuir "equilíbrio" a sua equipe, o treinador vê seu posto sob ameaça, diante da falta de resultados e do incômodo lugar na zona da degola. O Colorado convive em um ambiente de muita pressão, com protestos da torcida e até ameaças de morte a seus dirigentes. Neste sábado, a equipe recebe o Figueirense, primeiro a respirar fora do Z-4, em um confronto direto contra a degola e prepara um clima de caldeirão com acesso liberado a sócios no Beira-Rio.
Além de igualar a série de 1999, um eventual novo tropeço deve servir como balizador para encerrar a passagem do treinador pelo cargo. Roth, porém, acredita na evolução que percebe em sua equipe nos últimos jogos por um triunfo sobre o Figueirense.
– A partida é decisiva. Permanência ou não, o trabalho está sendo feito. As coisas estão aí. A gente entrou no Inter devido a um pedido especial do Fernando, a gente vem trabalhando, vem fazendo as coisas, encontrando inúmeras coisas interessantes. O time está dando mostras de uma melhora. O jogo de sábado simplesmente é um jogo de seis pontos. Simplesmente isso – afirma Celso Roth.
Com a derrota por 2 a 1, o Inter precisa de uma vitória por 1 a 0 no jogo da volta, em 19 de outubro, para avançar à semifinal da Copa do Brasil. O Colorado foca, porém, na sequência pelo Brasileirão. Neste sábado, às 21h, a equipe recebe o Figueirense em jogo vital para fugir do rebaixamento. O clube ocupa atualmente a 18ª colocação na tabela, com 27 pontos, a quatro pontos do primeiro clube fora da linha de rebaixamento – justamente o time catarinense.
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