Às vésperas de estrear oficialmente na temporada, o Inter enfrenta um dilema. Tricampeão gaúcho, o clube tenta manter a hegemonia Gauchão. Mas enfrenta dois problemas: a redução do número de inscrições para a competição estadual e as longas viagens previstas para a Libertadores, prioridade absoluta no primeiro semestre.
O número reduzido de atletas obriga os clubes a valorizarem a competição estadual. E o Inter, historicamente, tem tradição de escalar equipes alternativas durante o Gauchão, especialmente nas primeiras rodadas.
– Teremos uma dificuldade maior neste ano, já que restringiram o número de atletas para 32. No ano passado, o Inter atuou com quarenta e poucos atletas. Quer dizer que teremos que atuar com muita parcimônia para tentar vencer o grande desafio, que é a Libertadores – comenta o presidente Vitorio Piffero ao GloboEsporte.com.
Adversário colorado na última sexta-feira, Luiz Adriano, do Shakhtar Donetsk, serve como exemplo de atleta que foi lançado pelo Inter B em 2006, quando o time principal se preparava para a Libertadores. No ano passado, foi Aylon (emprestado ao Paysandu) quem se destacou quando recebeu oportunidade e teve o nome pedido pela torcida na temporada inteira. Desta vez, os atletas dificilmente sairão do elenco principal mostrado no site oficial do clube.
– Antes era possível lançar jogadores, o que era uma vantagem. Agora, fica mais difícil. É uma pena. Na nossa avaliação, prejudica – complementa Piffero.
Segundo Piffero, o Inter não abrirá mão do Gauchão, mesmo com longas viagens programadas. Pela chave 4 da Libertadores, o time terá de encarar percursos para Chile e Equador, sendo que ainda aguarda pelo vencedor de Monarcas Morelia (México) e The Strongest (Bolívia) para saber o destino da primeira rodada da fase de grupos.
– Evidentemente que, em uma ordem de preferência, estará a Libertadores. Mas não vamos abandonar o Gauchão. Vamos analisar – ressalta.
No site oficial, o Inter conta com 34 jogadores, sendo que inscreverá 32 para a competição. Em negociação para deixar o clube, Wellington Paulista é um nome que certamente ficará de fora.
Com esse limite de inscrições, o laboratório de Diego Aguirre dará espaço a atletas menos utilizados. Será chance para garotos como Alisson Farias, Luque e Bertotto, que acumulam poucas aparições entre titulares.