Há 43 dias, Marcão esticava a perna para, de letra, garantir o Figueirense nas oitavas de final da Copa do Brasil contra o Botafogo. Na manhã seguinte, René Simões, então técnico do clube carioca, era demitido. O atacante nem sabia, mas depois daquele 14 de julho, poderia se redimir.
Argel saiu, e René chegou ao Figueirense. O novo comandante optou por colocar Marcão em campo na noite de quarta-feira, diante do Atlético-MG. Era a chance do camisa 9 recompensar o que havia feito. Rápido e certeiro, como há 43 dias, marcou no fim do jogo e garantiu o Alvinegro catarinense nas quartas de final.
Dessa vez, Marcão deixou de lado a letra e escreveu a classificação de cabeça. Quando o jogo parecia ir para os pênaltis, fez o que dele se espera e teve o nome gritado pela torcida nas arquibancadas do Scarpelli.
- Estou muito feliz por poder ter ajudado. O jogo foi muito difícil e todo mundo sabe que o Galo é um dos melhores times do Brasil. Graças a Deus tenho essa estrela de fazer gol no final, mas isso é resultado também do nosso trabalho - falou ao fim do jogo.
Marcão havia ficado fora da lista de relacionados do jogo de ida contra o Atlético-MG, na última semana, por opção do interino Hudson Coutinho. Seu retorno ao banco teve fundamentação científica e seus números fizeram René Simões confiar.
- Se colocar um livro de japonês na minha frente, não vou entender. Mas se colocar indicadores de uma partida, eu leio bem. O Figueirense tinha cinco vitórias e cinco empates e o Marcão participou de quatro vitórias. Eu pedi os minutos dele em campo para analisar, isso é um dado importante. Eu usei isso no Fluminense e esse indicador é importante e os dele são muito importantes – explicou o treinador.
Números à parte, o torcedor do Figueirense sabe que daqui para a frente pode contar com Marcão. Ao menos na Copa do Brasil, seja com o pé ou com a cabeça, a garantia é de emoção no final. O atacante demite, mas sabe recompensar.
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