Mato Grosso, 25 de Abril de 2024
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Marquinhos pede a palavra em meio à lei do silêncio no Avaí e faz desabafo

14.09.2014
07:11
FONTE: Globo Esporte

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  • Marquinhos faz desabafo após vitória
O Avaí venceu, assumiu a liderança da Série B e pelo momento, o capitão pediu a palavra. Marquinhos chegou à sala de imprensa na Ressacada para falar sobre o momento do clube, mesmo com a lei do silêncio ainda em vigor. Com salários de julho atrasados e perto de vencer os de agosto, o camisa 10 ainda lembrou que valores de 2013 para alguns jogadores não foram pagos. 

Marquinhos também aproveitou para falar sobre a decisão de não concentrar, uma forma de ajudar o clube a economizar dinheiro. O capitão ainda contou bastidores do não acesso em 2013, quando os problemas financeiros se repetiram. Segundo ele, alguns atletas não tinham condições de bancar as famílias em Florianópolis e precisaram se desfazer de bens adquiridos na carreira. 

Abaixo, confira a entrevista de Marquinhos:
Os salários atrasados
- Um momento importante, histórico na Série B para o clube. A gente foi líder em 2006, mas muito cedo e não conquistamos nosso objetivo. Agora temos liderança e conseguimos uma gordura. Queremos mais uma estrela amarela, mas a obrigação de ser campeão é do Vasco. Nossa vontade é lutar até o final para conseguir o objetivo. Para mim, a diferença do primeiro para o quarto é a estrela. Nossa dificuldade continua extensa, estamos com salários atrasados do ano passado. Eu, Eduardo e Diego temos salários de outubro a receber ainda, além de novembro e dezembro. Primeiro chamamos os jogadores, passamos obrigações e a gente vinha conversando para que o clube não fizesse concentração. O dinheiro gasto não leva a nada, você precisa ser profissional e pedimos desculpas por não dar entrevistas, mas achamos uma forma menor de agredir o profissional, o clube, o torcedor. Não adianta a gente falar se a diretoria não se posicionar. As coisas estão se virando, os bichos estão pagos, falta o de hoje, mas a dificuldade continua a mesma. A gente escutou mais uma vez que está vindo essa verba, mas eu falo novamente. 

Bastidores de 2013 
- Ano passado se cogitou muita coisa desse grupo que está aqui, mas o pessoal pegou a mochila e foi embora. Mas ficou eu, Eduardo e todo mundo foi tratado como covarde. Falaram que a gente entregou, fez corpo mole. Eu tenho 33 anos e saí da Serraria para chegar no meu clube de coração e entregar? Quando você perde foi incompetente. Ano passado teve jogador que não saiu de Florianópolis para ir para a cidade natal porque não tinha dinheiro. Agora o torcedor não pode falar desse grupo de homens. E ano passado a gente não tomou atitude e faltou uma responsabilidade maior de parar. Tinha jogador passando fome, vendeu o carro e o clube não conseguia pagar porque não tinha dinheiro. Hoje a gente vê uma união legal, o torcedor apoia esse grupo de homens. A gente não pode achar que eu, o Diego, o Bruno Maia, o Eduardo, entregamos o acesso. Eu ia ganhar mais se fosse para a Série A. Eu tive que refazer um contrato porque não fomos incompetentes. Então eu quero dizer que vamos passar por crises financeiras, mas depois do que eu vi pelo Zunino na quinta-feira, alguém que se dedicou e achar que esse problema é da gestão dele. Se não fosse o Zunino, não sei se o Avaí existiria. E nunca duvida de um homem. Nunca faltou vontade e eu fico lisonjeado de estar num grupo como esse. Fica essa mensagem de que a gente bota a camisa pensando no melhor, em se correr e dedicar. Hoje não foi um primor, mas na vontade a bola entra e ainda bem que saiu minha zica. 

Fim da lei do silêncio 
- A gente vai conversar, eu perguntei para eles se poderia vir para falar. Para tomar a atitude são poucos, mas a partir do momento em que ele é profissional, tem a opinião respeitada. Aqui eu trabalho assim, perguntei para todos e eles falaram. Essa é uma atitude pelo grupo. A gente vai conversar, ver se é legal falar. Vocês (imprensa) não têm culpa, mas nesse momento era a hora de não falar. Hoje a gente está na liderança, mas se perdemos dois jogos a coisa muda. Empolgação a gente deixa para outras pessoas, porque nem o torcedor está empolgado. Vai continuar sendo difícil e estamos no caminho certo. Tem que correr igual, mesmo contra o lanterna. É um time bem treinado e a gente teve dificuldade, mas conseguimos no segundo tempo criar chances e no escanteio fizemos mais uma vez o que a gente vem treinando. Está todo mundo de parabéns, tem que manter todo mundo concentrado e buscar mais vitórias.

Hipótese de problemas se estenderem
- Eu acho, confiando nas pessoas que me deram a palavra, que não vai ser até o final do ano. Mas se não vier, atrapalha. Ano passado o problema era grande, mas o resultado engana muita coisa. Era difícil, alguns jogadores levando a família para morar com os pais porque não tinham dinheiro. Imagina chegar e ter que vender as coisas que tu adquiriu na carreira? Mas foi um ano atípico. Se o Zunino não fica doente, a gente subia. O homem quando ele saiu, perdemos o alicerce. E a pólvora estava ali e explodiu na sequência de derrotas e quando se perde o clima é ruim. A gente quer ajudar e a não concentração é para economizar dinheiro e os jogadores deram a palavra de que vão se comportar. Quer quebrar na noite, quebra hoje. Ganhamos. Mas eu acredito nas pessoas que fizeram o compromisso. 

Parceria com Diego Felipe
- Está legal, o mais importante é acontecer no jogo. A gente vem treinando bastante, aproveitando essa qualidade. Ele pegou o tempo da bola e com a qualidade dele nós juntamos. Mas importante é quem puxa no primeiro pau, eles arrastam dois, três. Aproveitar esse bom momento, a bola parada nos ajudou no primeiro acesso e que ela continue nos ajudando.

Importância de Geninho
- A importância dele é grande, mas o mais importante é quem faz o que ele passa. Ele passa onde tem que ir, a tática é com ele, o físico é com o Ridênio, mas quem faz são os jogadores. E se não fizer, pode trazer qualquer treinador. Mas não temos um qualquer, temos um grande, que nos ajuda muito, passa tranquilidade. E temos que manter uma regularidade no campeonato, saber o motivo quando perde, empata e ganha. Está dando um casamento legal nos quatro pilares. Jogadores, comissão técnica e diretoria. E eles deram a palavra, eu confio nisso, não precisa assinar. Então é manter focadinho que vamos ter mais uma batalha.  

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