Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Esportes

Micale confirma Felipe Anderson contra o Japão; Neymar é o capitão

29.07.2016
15:21
FONTE: Alexandre Lozetti, Felipe Schmidt e Raphael Zarko, em Goiânia

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  • Micale escala Felipe Anderson contra o Japão e garante braçadeira a Neymar

Uilson (Fernando Prass), Zeca, Rodrigo Caio, Marquinhos, Douglas Santos; Thiago Maia, Rafinha, Felipe Anderson; Neymar, Gabriel Jesus e Gabigol. A faixa de capitão continua no braço do craque Neymar. As primeiras definições de Rogério Micale entram em campo na partida deste sábado, às 16h30, no estádio Serra Dourada. No amistoso contra o Japão, o único da preparação para a estreia da olimpíada, Renato Augusto fica no banco. A única dúvida é ainda da recuperação de Fernando Prass. O goleiro do Palmeiras vai passar por avaliação final.

O técnico disse que, pelo período anterior de preparação, Felipe Anderson vai começar a partida, mas avisou que pretende utilizar Renato Augusto durante o jogo. O meia do Beijing Gouan chegou na noite de quarta-feira em Goiânia e fez apenas um treinamento com o grupo - na tarde de quinta. Ele fica no banco de reservas.

- O time já está pronto. Nesse primeiro momento, o Renato vai aguardar um pouco. Seria injusto não começar com o Felipe Anderson. Mas ele vai ajudar muito durante os jogos e espero utilizá-lo durante este jogo - disse o treinador.

Após 12 dias de treinos, Micale confirmou que Neymar será o capitão da seleção olímpica. Ele já vinha sendo capitão da seleção principal com o técnico Dunga. O treinador contou um pouco das impressões que teve após convivência próxima com o jogador do Barcelona. 

- Neymar demonstrou ser aquilo que a gente via e até superou minhas expectativas em relação à qualidade que tem. Ele muda de direção o tempo todo com facilidade, no um contra um é fora de série, no ambiente interno de grupo é muito querido, um jogador do bem, um rapaz com o coração enorme em relação aos companheiros, principalmente os mais jovens. Abraçou os meninos que nos ajudaram em Teresópolis - afirmou o treinador da seleção. 

O goleiro Fernando Prass ainda se recupera das dores no cotovelo direito, mas não corre risco de corte. Ele fez treino à parte nessa quinta-feira no Serra Dourada e nesta manhã no centro de treinamento do Vila Nova, em Goiânia. O jogador do Palmeiras participa das atividades em campo logo mais. No entanto, a tendência é que continue sendo preservado.

- Prass ainda vai ter avaliação final. vamos esperar até o último momento. Não vamos correr nenhum risco desnecessário - afirmou o treinador Rogério Micale. 

Confira a íntegra da entrevista de Rogério Micale

Disposição para o ouro:
- Tentaremos colocar em prática todos os conceitos que foram passados, a forma de jogar, e mais que isso, vamos tentar passar a vontade que essa seleção tem de jogar futebol, ganhar essa medalha, o espírito de entrega, de coletividade, queremos mostrar que realmente estamos sensíveis ao clamor de uma seleção que luta, briga, compete a todo momento para ganhar.

Os capitães de Micale:
- O capitão vai ser o Neymar. Mas eu tenho um outro capitão aqui ao meu lado (Marquinhos), que poderia ter a faixa por tudo que ele representa, participa nos treinamentos, interação com outros jogadores. Não só ele, como Rodrigo Caio, Luan, Gabriel Jesus, pelo amor com que joga, intensidade que contamina. O Fernando (Prass) poderia ser capitão. Não temos um troféu, são 18 medalhas.

Observação e principais adversários:
- O foco maior (da nossa preparação) foi na nossa equipe, em termos de propor algo claro para se jogar, nossa maneira, tentar deixar muito à vontade as características dos nossos jogadores. Não seremos uma equipe engessada, mas respeitaremos as características de cada um. O futebol é um sistema vivo. Mapeamos nossos adversários, houve mudanças em alguns nomes, temos observadores espalhados nos jogos. Há escolas jogando juntas há algum tempo: a alemã, a portuguesa, apesar das mudanças, a Nigéria é sempre um time difícil, o Japão também. Há equipes que crescem durante a competição e podem nos surpreender. Precisamos ver o início para ter uma ideia melhor. 

Amistoso com Japão:
- Espero um Japão extremamente competitivo, que vai se doar o tempo todo para fazer o jogo, com característica de marcação muito forte, linhas compactas quando estão juntos nos setores do campo que sabem preencher. Espero um jogo muito duro, difícil, pelo histórico que o time japonês tem. Não sei dizer o placar, é um jogo, existem três resultados. A performance vai determinar.

Mais sobre Neymar:
- Neymar mostrou ser, além de um grande atleta, um grande homem. Isso confirmou, mas existia uma situação interna definida, que só diz respeito ao nosso grupo. E eles já sabiam o que seria feito. Estou externando algo que conversamos e, volto a dizer, é uma coisa muito menor em relação ao objetivo maior desse grupo, que está muito determinado a conquistar.

Treinos por Whatsapp:
- É uma ferramenta importante que temos a nosso favor, desde que possamos usufruir da melhor forma. Temos hábito de mandar no dia anterior o treino para os atletas, com os conceitos, a forma, como vai se desenvolver, os fatores principais, tempo de duração e variações que podem ser feitas. Para entender e fixar melhor, tem que visualizar, falar e praticar. Só falar, sem visualizar, não transmite de fato o que se quer. Como temos um tempo muito reduzido de treinamento, o que puder fazer para informar melhor os atletas, e meu nível de jogadores é muito alto, o entendimento se torna mais fácil, procuramos informar. Eles têm que estar informados. Quem vai desenvolver o jogo é o jogador, ele vai fazer a coisa acontecer. O feedback dele se o treino é bom ou não é importante para o treinador. Há individualidades, um gosta da marcação por zona, outro individual, um está acostumado ao sistema do Barcelona, outro do Santos. Unir tudo isso tem certa dificuldade. Quero ser um facilitador, longe de mim querer atrapalhar.

O 4-2-4 é viável?
- É possível ser equilibrado com quatro atacantes se houver entendimento do momento de mudar a chave. Se todo mundo entender a importância de jogarmos com 11 em todo momento do jogo, não vejo nada que agrida essa forma de jogar. Quanto mais jogadores em campo com qualidade técnica acima da média, qualidade ofensiva forte, que gere desequilíbrio no adversário, não vejo problema. Precisamos avançar em relação a isso (discussão de esquemas) na nossa história. Se os quatro da frente ficarem parados é suicídio, compromete a forma coletiva de jogar, mas a partir do momento em que houver entendimento, não vejo dificuldade alguma.

Seleção pronta?
- Estamos prontos como homens, ser humanos, que têm sentimentos. Vamos nos entregar de corpo e alma por essa causa. Acho que, no futebol, não existe pronto nunca. Mesmo a maior equipe que se tenha conhecimento sempre vai ter algo que se agregue. O que posso falar é de espírito, alma, entendimento. Deixar claro que nós queremos. Nesse sentido, temos muito claro. Se a medalha vai vir ou não, é um jogo de futebol. Mas estamos entregues a essa causa. 

Tite e Dunga
- Tite é dessas pessoas que a gente citou sobre relacionamento humano. É uma pessoa que a gente olha no olho e vê que é do bem. Temos conversado muito, temos algumas coisas em comum, queremos o melhor para o nosso futebol. Também gostaria de citar o Dunga, que é uma pessoa que eu respeito muito, um atleta que conseguiu um título para o futebol brasileiro. Merece todo o meu respeito, é um exemplo para nós, brasileiros, como luta. Teve momento muito difícil na carreira e deu a volta por cima. Se temos cinco estrelas, ele participou efetivamente de uma delas.

Nova geração
- Acho que o perfil do jogador brasileiro está tendo evolução profissional fantástica. São jogadores comprometidos, que se cuidam, têm entendimento amplo das necessidades que são inerentes à profissão de atleta de futebol. Buscam se informar, buscam entender o jogo. Vamos viver um novo momento em breve, e fico feliz de participar. 

"Alternativa de jogo"
- Temos um plano B, só não temos o C, porque com 10 dias você tem que solidificar conceitos. Quando começa a ter muitas variações de uma plataforma que você quer construir, acaba perdendo foco de trabalhar algo muito bem e trabalhar muitas coisas mais ou menos. Para quem está acompanhando, está claro que temos um plano B, caso a gente precise mudar uma situação de jogo desfavorável. Vamos acreditar naquilo que temos como proposta.

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