Mato Grosso, 18 de Abril de 2024
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Padrasto agressivo, amor de vó e gols: Luan, o "Menino Maluquinho" do Galo

15.12.2014
06:30
FONTE: GloboEsporte.com

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Luan se tornou um talismã para a torcida do Galo. O jovem atacante atleticano ganhou quatro títulos em dois anos com a camisa do Atlético e ganhou o coração da torcida com seu jeito extrovertido, que lhe valeu o apelido “Menino Maluquinho”. O alagoano que passou muitas dificuldades na infância conversou com o Esporte Espetacular e contou tudo sobre sua trajetória, falou dos gols decisivos que marcou e voltou a provocar a torcida cruzeirense. 

Ele já foi campeão do Campeonato Mineiro e da inédita Libertadores em 2013. Neste ano levantou as taças da Recopa Sul-Americana e a Copa do Brasil contra Cruzeiro. O apelido, de Menino Maluquinho, é inspirado no personagem criado pelo cartunista Ziraldo. E conhecendo o Luan um pouquinho melhor, o apelido faz todo sentido.

É o Menino Maluquinho mesmo? 
- Onde o Luan está, tem que ter barulho. Não consigo ficar num lugar fechado, calado. Se eu vejo alguém calado, já quero puxar assunto. Os caras falam que eu sou maluco. Mas não, eu sou um guerreiro. Quero sempre lutar para o melhor para minha família, para o meu time e meus companheiros.    
Como foi a infância em São Miguel dos Campos, Alagoas?   
- Meu pai me abandonou. Nem nasci e ele já tinha me abandonado.   
Criado pela mãe e pela avó... você teve que trabalhar cedo?   
- Até hoje, eu tenho marcas na mão que trabalhei de tudo para não depender da minha mãe. Com dez anos ia trabalhar limpando mato pra ganhar dez, quinze reais, trabalhei na feira vendendo frutas pra ganhar meu próprio dinheiro. Fui apanhar feijão, encher um saco de feijão pra ganhar dois reais. Muito sofrido.
  
E piorou mais aos 16 anos?   
Minha mãe, num certo momento, foi presente antes de se juntar de novo com um rapaz. E acabou se casando. Na época, minha avó faleceu, e o cara queria bater muito em mim, na minha irmã. Maltratava muito minha mãe, minha irmã. E eu tive que sair de casa para trabalhar nas usinas.   
Você não conseguiu emprego nas usinas e foi junto com seus primos para Goiás. Em Quirinópolis foi a primeira vez que focou no futebol?   
- Dava cem reais por jogo e cinquenta por gol. E eu não cheguei a trabalhar por causa disso também.    

De Quirinópolis você foi para o Atlético Sorocaba e depois para a Ponte, e lá se destacou no Brasileirão de 2012. Como foi realizar o sonho de sua avó, dona Ranúzea, que foi tão importante para você no passado?   
- É difícil falar da minha avó, porque foi a pessoa que mais me incentivou. Estou até emocionado, Sou maluco, mas às vezes eu fico emocionado.. Ela é uma pessoa que nunca deixou faltar nada pra mim, na verdade.   

- Que ela deixava de comer pra me dar comida. Isso é inexplicável. Eu falava que não queria, ela falava que já tinha almoçado, mas era mentira. Era só para eu não ficar com fome.   

Aos 24 anos você já fez gols importantes pelo Galo. Vamos falar deles?     
- O primeiro deles foi nas quartas de final da Libertadores, contra o Tijuana, lá. Dois a dois, um gol inesquecível para mim. Teve o das quartas de final contra o Corinthians, gol de cabelo, né... Na Copa do Brasil teve contra o maior rival (Cruzeiro) no primeiro jogo da final. Pô, e teve aquele gol mais marcante, né, contra o Flamengo, na semifinal da Copa do Brasil.   
Vamos voltar ao Mineirão para falar mais daquele gol?   

- Toparia e gostaria até de voltar e relembrar os momentos marcantes que aconteceram ali dentro do Mineirão. É emocionante voltar ao lugar que a gente fez história, ainda mais aquele jogo, Adrenalina em cima. “Vamo lá, vamo lá! Vamo lá, gente! É nós!”. O Marion acabou cruzando, o Léo escorou, o Tardelli acabou chutando... fominha de fazer o gol. E acabou a bola sobrando.Não tem como esquecer, né? Até arrepia, ó... Chega até a arrepiar. Foi exatamente aqui neste local que a bola sobrou (faz gesto) e eu acabei só dando um tapinha aqui. E saí pra comemorar. No momento, minha coxa direita estava doendo muito, eu estava puxando, até estava alongando aqui tal  e pensando....”Saio? Não saio?” Imaginava que se fizesse um gol da classificação contra o Flamengo ia ficar marcado. Aí falei: "Que estoure tudo, não vou sair de jeito nenhum." 
  
E o título em cima do Cruzeiro?   
- Ganhar do maior rival na grande final não tem gostinho melhor.   

O Cruzeiro treme mesmo contra o Galo?   
- (Risos) Eles tremem mesmo, pior que tremem um pouquinho, né? Essas coisas no futebol que são bacanas, as provocações. Eu pedi desculpas para que o torcedor entenda que é uma provocação para o bem... Não pra ter uma briga, uma desavença entre os torcedores. Eu quero que o futebol brasileiro seja sempre de paz.

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