Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Esportes

Paracanoista de Vera pode ser convocado para campeonato Sul-Americano da modalidade

08.03.2013
17:24
FONTE: Assessoria

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  • Expressão de força, treino intenso na lagoa do grupo Lucion em Vera.
Único mato-grossense a competir nacionalmente, Dieiverson Perin, 23 anos, ocupa o terceiro lugar geral no ranking brasileiro da paracanoagem de velocidade, para portadores de paraplegia. Sua última colocação foi o segundo lugar na prova dos 200 metros modalidade K-1, (prova do Sul-Americano), no campeonato brasileiro que aconteceu em Primavera do Leste (MT), onde também foi campeão da prova de 500 metros. Nos dias 23 e 24 deste mês acontecerá na raia da USP em São Paulo a classificatória para definir o representante Brasileiro no Sul-Americano. “Essa classificatória vai ser um teste já que vão haver vários novos competidores”, afirmou Dieiverson que ainda corre atrás de mais alguns patrocinadores para esta viagem. O campeonato continental acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de abril no Chile.

Além do campeonato brasileiro o verense ganhou meses antes a “29ª Travessia do Araguaia”, uma prova de 33km. Toda estrutura desde local de treinos e taxas para participar das competições ele bancada do próprio bolso e com a ajuda de amigos da cidade. “Tenho vários amigos que me ajudam, entre eles quero agradecer o ex-prefeito Niki, e o ex-vereador Paulinho que me ajudaram a conseguir junto ao Senhor Paulo Lucion o local para que pudesse treinar, e não posso deixar de lembrar da Rosângela Zocolotto, proprietária da academia 'Espaço Vital' onde faço a preparação física também”, lembrou o jovem.

Mesmo com equipamento bem abaixo do nível dos concorrentes ele vem se destacando em todas as competições que participa. Para se ter uma ideia, o caiaque de Dieiverson pesa 21 kg enquanto o de seus concorrentes pesa em média 12 kg. Além disso, o competidor enfrenta dificuldades de estrutura para os treinos. Ele explica que normalmente um atleta com os seus resultados deveria ter um preparador físico e um nutricionista para auxiliá-lo, mas infelizmente as condições financeiras para se bancar esses profissionais é alta, o que não possibilita esse acompanhamento.

O paratleta verense tem esperança de conseguir apoio para desenvolver seus treinamentos da maneira correta. “Já provei que tenho chance concreta de título no Brasil e fora dele através de meus resultados, mas preciso de incentivos e condições adequadas de treino”, pontuou o paracanoista que aguarda também o apoio por parte do poder público do município de Vera.

Dieiverson começou no esporte quando ainda estava se recuperando no hospital Sara Kubitschek em Brasília graças ao incentivo do principal atleta de paracanoagem do Brasil, Fernando Fernandes, tricampeão mundial da modalidade.
 
No Brasil existe somente uma raia específica para canoagem de velocidade, ela fica em Primavera do Leste no Mato Grosso. O lago onde está localizada a raia olímpica tem 18 hectares de dimensão, sendo 1.100 metros de comprimento por 150 metros de largura. É a quinta raia de Canoagem Olímpica do país.

Do acidente ao início no esporte
“Diei”, como é conhecido pelos amigos, foi viajar a passeio com um colega caminhoneiro em março de 2010 quando já no trajeto de volta, carregado com telas de ferro que seriam descarregadas em Cuiabá (MT), o caminhão bateu eu uma carreta na marginal Tietê em São Paulo. A carga de ferro que estava no caminhão se deslocou para frente, prensou a cabine do caminhão e atingiu a coluna de Dieiverson deixando-o paraplégico. A partir daí, foi cerca de um ano, somente em camas de hospitais em São Paulo e Brasília fazendo vários tipos de tratamento.
 
Depois desse período ele começou a fazer reabilitação no hospital Sara Kubtschek em Brasília, (DF). Em uma aula onde ensinam o esporte de forma lúdica, o agora paratleta conheceu Fernando Fernandes que o fez um convite para treinar 15 dias em São Paulo e conhecer melhor o esporte. “Eu fiquei muito feliz, treinávamos todos os dias de manhã e a tarde, foi ali que descobri que queria ser paracanoista”, afimou ele que após o décimo quinto dia voltou para Brasilia para continuar o tratamento.
 
Na capital conheceu a Associação de Canoagem do Distrito Federal e a professora Diana Nishimura Carneiro (referência em canoagem no Brasil), a quem “Diei” é muito grato pela força e dedicação para torná-lo um atleta. Os treinos aconteciam no lago Paranoá, um dos cartões postais de Brasília. A partir daí, Dieiverson voltou para Vera, comprou seu caiaque e não parou mais de remar. 

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