Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Esportes

Participação de DS, quase desistência: bastidores da volta de André ao Sport

06.02.2017
09:01
FONTE: G1

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  • André Sport
Da primeira conversa à assinatura, foi mais de um mês. A contratação de André pelo Sport foi um processo longo - e que, por isso mesmo, teve várias reviravoltas. Idas e vindas. Bastidores que não haviam chegado a público e ajudam a explicar por que a negociação se arrastou tanto. Com final feliz para os rubro-negros, o retorno do atacante exigiu muito suor, paciência, habilidade de negociação e, claro, muito dinheiro.

CONVERSA COM DIEGO SOUZA
O telefone de Diego Souza tocou no dia 31 de dezembro do ano passado. Do outro lado da linha, André - parceiro de Sport na temporada anterior e com quem o meia se dera bem. Dentro e fora de campo. Ao amigo, o atacante confidenciou - entre outras coisas - que gostaria de voltar ao Leão. E pediu a Diego para saber da viabilidade de um possível negociação.

O meia, claro, passou o recado à diretoria. Que, ato contínuo, caiu em campo para repatriar André - sonho de consumo antigo do Leão. No mesmo dia, o executivo de futebol do clube, Alexandre Faria, falou com o atacante. Representante da diretoria na negociação, Faria se manteve em contato durante todo o processo. Foram ligações diárias e conversas por aplicativos de mensagens a todo instante.

Em processo conjunto com a vice-presidência de futebol (Gustavo Dubeux) e diretores (como Augusto Carreras e Rodrigo Barros), além do presidente Arnaldo, Faria era a "ponta final" da história. Responsável, também, por fazer o contato com o Sporting - detentor de 50% dos direitos econômicos do atleta. Facilitou o contato o fato do executivo conhecer pessoas do clube português - na época em que era do Bahia e vendeu o volante Bruno Paulista para os lusos.

RESISTÊNCIA DO SPORTING
A princípio, no entanto, o negócio não avançou como o Leão e até o próprio André gostariam. Porque, no início da história, o Sporting não demonstrou interesse em negociar o atacante. O treinador Jorge Jesus - responsável pela contratação de André pelo clube português - queria bancar o jogador.

O Sport, no entanto, não desistiu. Seguiu atento, mantendo a situação sob o radar, e à espera de um posicionamento do Sporting. Demorou, mas o clube português, enfim, fez uma contraproposta ao que o Leão havia, inicialmente, oferecido.

O valor foi bem acima do que o clube pernambucano poderia pagar. Mas, ao invés de se assustar com o pedido dos portugueses, os diretores do Leão se animaram. Porque, afinal, ali começou uma negociação. "O Sporting deu abertura para a gente negociar", afirmou uma fonte do clube sobre esse momento.

ACERTO DE VALORES E EMPECILHO INESPERADO
A partir desse momento, a conversa girou em torno dos valores. A proposta original do Sport era de 1 milhão de euros pelos 50% dos direitos econômicos - o que o Sporting adquirira do Corinthians em 2016. Depois de muitas conversas, muitos desencontros, blefes de lado a lado, chegou-se, enfim, a um valor de consenso. O 1,2 milhão de euros que o Leão, efetivamente, pagou ao clube português. Como o acordo com André já estava bem encaminhado, a situação parecia - irremediavelmente - caminhar para o fim. O Sport se animou e começou a sonhar com o anúncio da contratação do jogador. Não perca as contas: a negociação - que começou no dia 31 de dezembro - estava prestes a acabar por volta do dia 23 de janeiro.

Bastava, para isso, que o Corinthians - detentor de 30% dos direitos econômicos de André - desse a anuência para o negócio acontecer. O Sporting incumbiu o Sport de obter a permissão. Simples? Que nada. Esse foi o momento mais baixo da negociação para o Leão. Porque houve uma reviravolta que ameaçou o retorno de André ao Recife.

IMPASSE ENTRE CORINTHIANS E ATLÉTICO-MG
Aqui, foi o instante em que alguns membros da diretoria acharam que a negociação iria melar. Dois novos atores surgiram: o Corinthians e o Atlético-MG. Um representante do Sport foi a São Paulo para falar com o Corinthians. Os dirigentes do clube paulista afirmaram que manteriam seu percentual. Mas que, para isso, o Atlético-MG teria de fazer o mesmo.

O Sport foi pego de surpresa. Por que o Atlético? A questão é que havia um impasse entre os clubes paulista e mineiro. O Atlético, que vendeu seu percentual para o Corinthians em 2016, entendia que tinha que receber 20% do valor da venda do Corinthians para o Sport - por conta de um acordo à época na negociação. Cada clube entendia de uma forma. Ninguém queria ceder. E a diferença de interesses pareceu intransponível para o Sport. 

Nem Corinthians, nem Atlético-MG abriram mão do que achavam que tinham direito. O impasse perdurou vários dias. E o Sport ficou quase de mãos atadas. Dependia de terceiros. Dependia que Galo e Timão resolvessem a situação.

Depois de alguns dias, solução apareceu. O Sport fez uma proposta para comprar os 20% do Atlético-MG. É por isso que o valor final da negociação foi superior aos R$ 4 milhões que o Leão pegará ao Sporting. De última hora, para concretizar o acerto, o Leão teve de pagar ao Galo. O clube, porém, não abre o valor total. As fontes consultadas pela reportagem garantem, apenas, que esse acréscimo "não comprometeu o orçamento" do Leão.

TENTATIVA DE ATRAVESSAR?
Quando o Sport estava perto de se desembaraçar de mais um problema, surgiu outra novidade: o Internacional. Chegou aos ouvidos dos pernambucanos que o gaúcho haviam entrado em contato com André - com a ideia de contratar o atacante. Os dirigentes do clube rubro-negro não sabem se, de fato, houve algo além de uma sondagem. E, mesmo que o atacante tenha dito que já estava acertado com o Sport, um sinal de alerta foi ligado na Ilha do Retiro: se a negociação se estendesse muito, poderiam surgir outras equipes interessadas. Ou o próprio Inter - rebaixado no ano passado e em mau início de temporada - poderia fazer uma tentativa agressiva para levar André para o Sul do País.

Nada disso, porém, aconteceu. No último sábado, tudo foi resolvido, a documentação foi assinada. E Sport e Sporting combinaram de anunciar o fim do negócio no domingo - o que, de fato, aconteceu.

Demorou, exigiu suor, paciência, habilidade de negociação e dinheiro. Mas, enfim e de forma oficial, a saudade de André pelo Sport e do Sport por André havia acabado.

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