De volta ao Inter após um ano emprestado ao River Plate, D'Alessandro "subiu um degrau" no time, mesmo sem ter atuado. Com a saída de Alex, o camisa 10 se tornou disparado o maior artilheiro do atual grupo. O gringo soma 76 tentos em 341 partidas.
D'Ale é o 19º colorado com maior número de gols na história do Inter – tem um a menos do que o ex-atacante Fernandão, ídolo falecido em 2014. Alex, que rescindiu contrato, deixou o clube com 78 gols, sendo o 17º goleador. Do elenco atual, quem está mais próximo do argentino é Eduardo Sasha, que soma 29.
Na cola de Fernandão, D'Alessandro veio para o Beira-Rio justamente para suprir a lacuna deixada pelo ex-atacante. O capitão dos títulos da Libertadores e do Mundial em 2006 foi negociado dois anos depois com Al-Gharafa, do Catar. A direção viu no argentino, então no San Lorenzo, os requisitos necessários para ajudar o time a manter o mesmo nível.
A dupla se encontraria no retorno de Fernandão ao clube. Já em outra função, como diretor-técnico, em 2011. O então dirigente teve papel importante na sequência do gringo no Colorado no ano seguinte, ao convencê-lo a recusar uma proposta da China e ficar no Beira-Rio. A dupla teria um desentendimento quando o ex-camisa 9 virou treinador.
Missão D'Ale
D'Ale volta ao time para municiar o sistema ofensivo, que sofreu nas últimas duas temporadas. No ano passado, sem o gringo, o Inter anotou apenas 35 gols em 38 rodadas do Brasileirão, só tendo anotado mais gols que o Figueirense (30) e América-MG (23), ambos rebaixados.
As tarefas de D'Alessandro não se restringem à bola no pé. O espírito de liderança e a indignação com o resultado negativo são trunfos para motivar o vestiário em busca de uma das quatro vagas ao Brasileirão de 2018, como sentencia o vice de futebol Roberto Melo:
- O D'Alessandro é uma liderança que faltou ano passado. Tem o perfil de liderança técnica, moral, psicológico, jogadores que nos momentos difíceis cresce.
A ascendência de D'Ale se vê no dia a dia. O meia conta com admiradores dentro do vestiário. Seijas é um dos seus principais fãs. Contratado justamente para ser o substituto na última temporada, o venezuelano entende que sua presença servirá de combustível para o grupo de Antônio Carlos Zago.
- Compartilhar com ele será muito importante. Além do que representa para a história do clube, sempre o via como um exemplo a seguir por sua forma de jogar. Somos canhotos. Compartilhar pré-temporada, treinamentos, jogos será muito legal. Quero desfrutar. Motiva a todos. Ele chama a responsabilidade só por voltar. Podia não voltar e não entrar neste ano complicado, mas está aqui. Para nós isso é muito importante - afirma.
Não é apenas Seijas que mostra carinho por D'Ale. Nico López também tem o argentino como espelho. Quando foi contratado, o uruguaio conversou com o meia, que referendou a vinda ao Beira-Rio. Ainda disse que tinha o sonho de atuar com o camisa 10, algo que reiterou quando o Nacional tentou repatriá-lo. Na reapresentação, ambos sentaram juntos, com Ariel do outro lado do compatriota.
O Inter espera que D'Alessandro consiga liderar o Inter e recolocá-lo na elite. Por enquanto, o canhoto participa da rotina de treinos físicos e conversa com os parceiros para as missões desta temporada.
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