O meia Jean Chera era tido como uma das principais promessas das categorias de base do Santos até 2011, quando, com 15 anos, deixou o clube. Agora, depois de idas e vindas Brasil afora, o jogador está próximo de retornar à Vila Belmiro, de onde, segundo ele mesmo avalia, não deveria ter ido embora.
A saída do jogador do Peixe foi polêmica. Há quatro anos, o pai do garoto, Celso Chera, pediu três anos de contrato e aumentos gradativos. A então diretoria do clube, liderada por Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, não concordou com os valores e achou melhor liberar Chera. A partir disso, ele passou a ser visto como "vilão" pela torcida do Santos e se diz chateado.
– Eu acho que se não tivesse saído já estaria no profissional, jogando. Mas o que me deixa muito chateado é que na época eu tinha 15 anos. E as pessoas, a torcida, me julgam por uma atitude que não foi minha culpa. Eu tinha 15 anos! Se teu pai te fala, quando você tem 15 anos: "vai lá que vai ser melhor para você". Você não iria?
– Então, fico chateado por essas coisas. Não era meu sonho (sair). Eu não queria ter saído. Eram oito anos de Santos. Mas fui e acabam me julgando. Acho que pegam um pouco pesado. Eu era muito novo e não decidia minhas coisas sozinho. Eu não sairia se fosse hoje, com 20 anos – comentou o jogador, ao GloboEsporte.com.
Hoje, mais experiente, Jean Chera tem uma relação comum com seu pai, sem vínculos profissionais. O empresário Thiago Taveira, filho do também empresário Luiz Taveira, é o responsável pela carreira do garoto de 20 anos.
– Acredito que tudo o que meu pai fez foi pensando em mim. É um cara que eu amo e vou amar para o resto da minha vida, independentemente do que passou. Hoje tenho uma relação de pai para filho. Ligo, peço conselho. Mas hoje quem decide sou eu – explicou.
No período em que ficou longe do Santos, Jean Chera passou por Genoa, da Itália, Flamengo, Atlético-PR, Cruzeiro, Oeste, Universitatea Craiova, da Romênia, Paniliakos, da Grécia, e Cuiabá. As experiências não foram como ele imaginou. Na Itália, por exemplo, sequer jogou.
– Passei por poucas e boas. Na Itália, foi uma boa financeiramente, mas para mim foi um pouco complicado, porque fiquei sete meses esperando o passaporte italiano sair. No fim do prazo, o passaporte não saiu e eu fiquei só treinando. Foi muito ruim para mim. Aprendi muita coisa, que levo para o resto da vida. Passei por Flamengo, Cruzeiro, Oeste... – disse.
– Coisas boas, também, que por algum problema ou outro acabaram não dando certo. Fiquei sete meses sem receber no Flamengo. No fim do ano, pedi para rescindirem meu contrato. Não tem como trabalhar sete meses sem receber. Estava na Grécia, fiquei seis meses, o clube faliu, se tornou amador e foi rebaixado para a quinta divisão – relatou.
Negociando a volta à Vila Belmiro, o atleta se declara ao Santos e diz que acompanhou os títulos conquistados pelo clube enquanto estava longe.
– Sim, sou santista. Minha família é toda do Sul. Eu era Internacional, Grêmio, mas quando cheguei aqui, via Robinho, Diego, Elano. Não tinha como não virar santista, mesmo com a família toda lá do Sul. Acompanhei o Santos nesse tempo, via os jogos pela internet – contou o garoto.
Sem atuar desde o início de 2015, Jean Chera precisaria de cerca de um mês e meio para retomar o condicionamento físico. Ele está de férias em Santos e tem aproveitado o tempo livre com os amigos, na praia, jogando futevôlei.
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