Enderson Moreira iniciou na quinta-feira sua segunda passagem pelo Fluminense e, para ter vida mais longa do que os oito jogos de seu antecessor, Ricardo Drubscky, precisará superar alguns desafios logo de cara. Em 2011, quando dirigiu interinamente o Tricolor até a chegada de Abel Braga, Enderson ficou à frente da equipe em 13 partidas.
Se conseguir cumprir suas expectativas, o treinador ficará bastante tempo.
- Sou extremamente competitivo, se o Fluminense não tivesse condições de brigar no mínimo por uma vaga na Libertadores, talvez não estivesse aqui. Acho que vai brigar.
Montagem de um time com padrão tático e equilíbrio
Cristóvão Borges acreditava ter encontrado uma formação ideal, mas não conseguiu colocar em campo mais do que duas vezes. Drubscky partiu daquela base, mas o time voltou a apresentar oscilações e muitas falhas defensivas. Nas duas rodadas do Brasileiro, foram escalados juntos Pierre, Edson e Jean como titulares. Aparentemente, este desenho de meio de campo ficou para trás.
Na primeira vez em que entrou no campo das Laranjeiras na quinta, Enderson repetiu o ritual de Drubscky de pisar com o pé direito e se benzer. As semelhanças terminaram por aí. O novo comandante já montou o time titular para enfrentar o Corinthians com uma novidade, a entrada do meia Wagner no lugar do volante Pierre em uma formação mais ofensiva.
- Cada treinador tem sua forma de pensar. Estou trabalhando da minha maneira. Precisamos fazer com que os atletas acreditem, entendam e possam enfrentar o desafio que temos pela frente. Sempre busquei essa alternativa do ataque, mas de maneira equilibrada. Gostamos sempre de ganhar e jogar bem, é desejo de todos.
Desconfiança da torcida
O anúncio de Enderson Moreira gerou uma reação imediata dos tricolores nas redes sociais, e a maioria torceu o nariz. Aparentemente, no entanto, a rejeição foi menos enfurecida do que quando Drubscky foi contratado. Na ocasião, um grupo de torcedores organizados invadiu a sala do vice de futebol Mário Bittencourt para protestar.
Enderson terá a missão de fazer a torcida baixar a guarda e esquecer sonhos mais caros, como Abel Braga e Cuca, dois dos preferidos dos tricolores.
Sequência inicial no Maracanã, com direito a Fla-Flu
O novo comandante do Flu já terá em sequência quatro partidas diante da torcida, no Maracanã. Se os resultados foram positivos, tem chance de ganhar um voto de confiança dos tricolores. Caso contrário, o fato de atuar perto dos torcedores poderá se transformar em uma pressão extra.
Dois destes quatro jogos no Maracanã são especiais. Primeiro, neste domingo, contra o líder Corinthians. Na rodada seguinte, o Fla-Flu, que tradicionalmente tem o mesmo poder de criar heróis ou vilões.
Problemas de atraso de salários
O treinador terá que conviver com as dificuldades financeiras que o Flu vive suas consequências. O elenco está com salários atrasados (dois de direitos de imagem e um na carteira), além de ainda não ter recebido o 13º de 2014. A falta de previsão para a situação ser resolvida é um incômodo constante para os jogadores.
O débito com os atletas cria outro problema. A diretoria deu a entender que não vai investir em mais contratações enquanto não resolver a situação com o plantel.
Aproveitamento dos jovens de Xerém
A equipe do Flu tem alguns jovens como peças importantes, como Gerson, Kenedy e Marlon, e outros que estão em busca de espaço, como Robert, Rafinha e Marcos Junior. Em sua passagem no Santos, Enderson Moreira se envolveu em uma polêmica com jogadores da base do Peixe, principalmente Gabigol.
O problema foi apontado com um das causas para sua saída do clube, mas o treinador deu sua versão e disse que não tem nada contra atletas jovens.
- O que se falou muito no Santos foi uma situação específica, sempre falei que não tenho nenhuma restrição sobre idade. Se o jogador tem 16 anos ou 40, eu me baseio em cima de qualidade técnica do atleta no momento.
O Fluminense de Enderson Moreira é o 11º colocado do Campeonato Brasileiro com três pontos em duas rodadas.
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