Em um momento da maior turbulência do ano, mais do nunca, o Inter valorizará a semana livre sem jogos. Após o empate sem gols diante da Ponte Preta, jogadores, comissão técnica e diretoria emitiram um discurso que parecia combinado: o clube gaúcho necessita desse período para melhorar o “fator psicológico” devido, não só a frustração com a queda nas semifinais da Libertadores, mas também pelo fantasma da janela de transferências.
A derrota para o Tigres, no México, estava presente em cada resposta do grupo colorado. Dentro de campo, ainda se via um time nervoso, com momentos de irregularidade e até de irritação, como quando Lisandro López não recebeu bola de Valdívia, quando estava livre, e chutou uma placa de publicidade no Moisés Lucarelli.
– Depois da eliminação, muita gente sentiu o fator psicológico. É normal e natural, todo mundo é ser humano. Todos estavam com o pensamento positivo de chegar a final e conquistar a Libertadores – admitiu Nilmar.
– Temos uma semana cheia pela frente. Agora, é ter tranquilidade. O time se esforçou bastante, vínhamos de uma eliminação. Fizemos um trabalho de recuperação de cabeça dos jogadores – comentou o diretor de futebol Carlos Pellegrini.
A semana livre iniciará com folga. Os jogadores colorados ganharão repouso nesta segunda-feira e somente voltarão a atividade na terça, quando se reapresentarão no CT do Parque Gigante.
A última vez que o Inter teve semana limpa para treinamentos foi após o empate sem gols contra o Figueirense, em 18 de junho, durante a pausa da Libertadores para a Copa América. Na ocasião, o time somente voltou a atuar 10 dias depois, quando venceu o Santos por 1 a 0, no Beira-Rio.
Janela indigesta
Outro fator que gera certo incômodo é a janela de transferências. Neste domingo, o presidente Vitorio Piffero revelou o assédio por seis jogadores colorados. Além disso, segundo o dirigente, somente teria recebido uma oferta oficial.
Por outro lado, Piffero descartou a venda de jovens em ascensão, como Valdívia e Rodrigo Dourado, para esperar maior valorização. Mas admitiu a necessidade de venda de jogadores para sustentar o clube financeiramente.
– Saímos da Libertadores, voltamos a nossa política, com essa ressalva das joias da coroa. A janela está aberta. Já rechacei algumas sondagens por seis jogadores, e uma proposta muito baixa por um jogador – revelou o dirigente em Campinas, onde o Inter empatou com a Ponte Preta, pelo Brasileirão.
No final de junho, quando concedeu polêmica entrevista coletiva, o argentino Lisandro López já havia revelado que alguns jogadores do Inter estavam “dispersos” com a janela. E o assunto voltou a ganhar força com a eliminação colorada na Libertadores.
– Graças a Deus, eu passei dessa fase, da janela de transferências. Mas a procura de clubes é normal. Os mais experientes sabem lidar melhor com isso. Os jovens podem ficar um pouco mais ansiosos, mas eles têm lidado bem – afirmou Alex.
A partir de então, serão seis dias antes do confronto contra a Chapecoense, domingo, no Beira-Rio. Será mais um confronto cheio de pressão por vitória, seja para tentar erguer o time na tabela do Brasileirão – é o 10º colocado, com 20 pontos –, assim como dar maior tranquilidade para Gre-Nal, pela 17ª rodada do Brasileirão.