É até meio contraditório. Ele já estava no grupo, mas após a vitória sobre o Palmeiras, surge como principal alternativa para enfim encerrar a vacância desde a saída de Giuliano do Grêmio. E certamente estar sob o comando de um velho conhecido faz a diferença para Ramiro. O volante foi um dos destaques do Grêmio no 2 a 1 desta quarta, na Arena, atuando exatamente na mesma função do ex-camisa 8. Seguirá no time, embora ainda sem uma certeza se por ali.
O ponto alto da noite de Ramiro foi o golaço marcado no primeiro tempo, em um chute quase sem ângulo, do lado direito da área de Jailson, abrindo o placar para os gremistas. Mas mais do que o gol, o volante teve uma atuação segura, elogiada por Renato e coroada por aplausos da torcida gremista, algo inimaginável há algumas semanas, pelas vaias destinadas ao jogador.
A relação de Ramiro e Renato pode ser um dos trunfos para a manutenção do bom rendimento. Na passagem anterior do treinador, em 2013, o volante estava no clube e jogava regularmente no meio-campo com três marcadores. Foi lançado por Luxemburgo, mas se consolidou com o ídolo no banco. Depois do gol desta quarta, foi abraçar o comandante enquanto Luan era atendido no gramado. Renato colocou as mãos ao seu ouvido e falou algo. A reação de Ramiro foi uma gargalhada.
- Fico feliz de receber oportunidade, está sendo com o Renato mais uma vez. Ele está apostando em mim e fazer jus a essa escolha. Me dedicarei da mesma forma, tentando ajudar os companheiros e espero que a gente continue vencendo. Ele procura passar confiança para todos. Estou tendo oportunidade de jogar com ele agora, fazia um tempo que não tinha sequência de jogos - comentou Ramiro.
Apesar de volante, Ramiro não executou exatamente a função de um marcador. Atuou aberto pela direita com a obrigação de fechar a linha de quatro com Jailson, Walace e Pedro Rocha, além de aparecer no ataque - como fez no lance do gol. Posicionamento diferente do que fazia com Renato em 2013, mas nada que seja novo para o atleta. Esta vaga, aliás, está aberta desde a saída de Giuliano para o Zenit, da Rússia.
Com Roger, Ramiro já recebia chances. Mas dificilmente sendo titular como meia aberto pelo lado direito. E era uma espécie de coringa do ex-técnico, atuando como volante ou lateral. Sua disposição e personalidade sempre foram elogiadas, por manter o ritmo alto nos treinos e sempre cobrar e falar nos treinos.
- Já desempenhei a função, com Felipão se não me engano em 2014, de extrema, meia pela ponta, de marcar e ajudar o pessoal da frente. Um oportunismo (no gol), a bola dividida pelo Douglas subiu e quicou, ficou à feição para chutar. Não tinha o que fazer, estava sem ângulo. Procurei disparar no gol, como a bola tinha ficado boa para chutar - explicou o atleta.
Ramiro foi titular e jogou os 90 minutos em duas partidas seguidas após um mês. Nesta sequência, atuou como lateral contra a Chapecoense, no domingo, e no meio novamente nesta quarta. Pode mudar novamente de posição no sábado, contra o Cruzeiro, já que Walace está suspenso - passaria a ser o parceiro de Jailson no centro do meio-campo.
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