Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
Esportes

Santista processa Neymar por acordo com Barça em 2011

18.12.2014
14:42
FONTE: K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME

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O processo foi motivado pelos desdobramentos das informações de um adiantamento de 10 milhões de euros (cerca de R$ 23 milhões) recebido pelo atleta pouco antes do Mundial de Clubes, em dezembro de 2011, no Japão, contra o Barcelona, da Espanha, para se transferir para próprio clube catalão menos de dois anos depois.

Caparroz foi um dos santistas que viajou para acompanhar o Santos no Japão e diz ter se sentido enganado.

"Como agora completam três anos da viagem, o prazo máximo para a prescrição, entrei. Foi tudo protocolado semana passada. Serão citados o Neymar, o Santos e a empresa do pai do jogador. Demorei para tomar a decisão, mas foi amadurecida ao longo do tempo pela necessidade de coleta de documentos, com todas as informações nova que vieram", disse o advogado ao Terra.

A ação está na 2ª Vara do Juizado Especial Cível de São Paulo e envolve ainda a N&N, empresa criada pelo pai de Neymar, e o próprio Santos. O valor pedido é de R$ 28.960,00, baseado no valor máximo do juizado, de até 40 salários mínimos.

"Como torcedor é triste ajuizar uma ação dessas, mas como o futebol é um negócio e as próprias partes fizeram um, não vejo mais problemas. Quero dizer que não existe interesse financeiro nenhum meu nisso, o que for recebido vou doar para uma instituição de caridade. Agora, é uma questão de honra", afirmou.

Caparroz diz que consegue comprovar, entre os gastos fixos com hospedagem, passagens de ida e volta de avião e translados cerca de R$ 11 mil gastos e crê que a ação possa ir adiante. A tese se baseia no Estatuto do Torcedor e no Código de Defesa do Consumidor.

"É difícil saber qual é o resultado, mas é uma tese muito interessante porque o futebol tornou-se cada vez mais mercantilista. Nesse caso, é uma tese boa para o judiciário. Mostra o respeito que o torcedor precisa ter. Se houvesse transparência, não haveria a motivação", argumentou.

O caso
O Santos garante que ter recebido apenas 17,1 milhões de euros (R$ 54 milhões à época) pelo atleta. Do montante, só teve direito a 55%, 9,4 milhões de euros (R$ 29,7 milhões), já que o Grupo DIS recebeu 40% da transação, enquanto a Teisa, grupo formado por conselheiros influentes do clube, 5%. O clube ainda acertou por 8 milhões de euros (R$ 24 milhões) a preferência aos catalães na compra três promessas das categorias de base, além de dois amistosos com valores a receber.

Na Espanha, o Ministério Público começou a investigar o caso a partir de uma denúncia de um sócio do clube espanhol, Jordi Cases. Cases entrou com uma ação alegando que os valores da negociação superavam os 57 milhões de euros (cerca de R$ 188,9 milhões) anunciados oficialmente. A justiça abriu uma ação judicial contra o então presidente do Barcelona, Sandro Rosell, que renunciou do cargo devido as investigações. O jornal espanhol El Mundo divulgou que o valor total chegaria a 95 milhões de euros (R$ 314,8 milhões).

Dos 40 milhões de euros pagos à N&N, constam 10 milhões de euros ainda em 2011, pouco antes da decisão, como uma espécie de preferência dos catalães para a negociação, ponto questionado pelo advogado.

Nesse ano, o Santos foi cobrado pelo Ministério Público Federal para encaminhar novos documentos referentes a trasnferência. O clube precisou encaminhar o contrato de trabalho com o jogador, além de "toda a documentação remetida pelo Barcelona e que se encontre relacionada com a contratação", incluindo a suposta carta do ex-presidente do clube catalão, Sandro Rosell, ao presidente em exercício santista, Odílio Rodrigues, que expunha todos os valores da operação.

O caso ganhou repercussão pelas declarações do juiz da Corte Nacional Pablo Ruiz, que questionou o clube brasileiro sobre "uma suposta carta do ex-presidente Sandro Rosell" a Odílio Rodrigues, presidente santista, e o fato do clube ainda dever documentos exigidos.

Em janeiro, a diretoria que acabou de deixar a presidência expoôs aos conselheiros uma espécie de dossiê que desmente o pai de Neymar, Neymar da Silva Santos, e o presidente licenciado Luis Álvaro RIbeiro, das versões sobre a venda do jogador. O material foi divulgado para amenizar a pressão em torno da negociação, investigada.

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