Título do Gauchão não significa garantia de um bom Brasileirão. O Inter provou deste "veneno" nos últimos dois anos. E serviu de lição. O grupo de Abel Braga sabe que não pode se iludir com a campanha, por mais que tenha comprovado a superioridade diante do Grêmio. A seriedade apresentada neste início de 2014 precisa ser mantida e o favoritismo fica de fora do vestiário. A constatação é de Rafael Moura, em entrevista ao GloboEsporte.com, durante visita aos estúdios da RBS TV nesta semana.
Antes das boas atuações nos dois Gre-Nais - vitórias por 2 a 1 e 4 a 1, respectivamente -, existia desconfiança por parte de uma parcela da torcida e da imprensa. O Grêmio era visto como favorito pela boa campanha na Libertadores, já que terminou em segundo na classificação geral da fase de grupos. Mas a situação se alterou. Com a conquista estadual, os colorados voltam a aparecer, às vésperas do início da principal competição do país, entre as equipes de destaque.
A cautela é escudada também pelos problemas apresentados nas edições de 2012 e 2013 no Brasileirão. No último ano, eles foram tamanhos, que o Inter lutou até a última rodada para fugir do rebaixamento. O tema já foi abordado pelo grupo logo após a conquista do Gauchão.
- Tem que servir como exemplo. Não podemos ter soberba, não podemos nos considerar favoritos. Após a partida nós conversamos sobre isso. Não queremos somente o Gauchão, como ocorreu nos últimos dois anos, e seguir da mesma maneira. Temos que trabalhar firmes e fortes, acreditando no trabalho, nas funções que o Abel determina, para só depois pensar nas conquistas dos títulos. Mas o Inter brigará pelos títulos - avisa Rafael Moura.
Para acabar com a carência de um título nacional - a última conquista da Copa do Brasil foi em 1992 e no Brasileirão em 1979 -, Moura confia na mescla do conjunto colorado. Se Dida tem 40 anos, e Alex, D'Alessandro e o próprio centroavante já passaram da casa dos 30 entre os titulares, o dono da lateral direita é Gilberto, que tem apenas 20. E no plantel há também "caras novas", como Cláudio Winck (20), Otávio (19) e Valdívia (19). A experiência de alguns jogadores servirá como suporte para os jogos mais delicados:
- A mescla que hoje temos no grupo é muito importante. Não podemos ter um grupo muito jovem ou muito velho. O Inter encontrou o equilíbrio. Nestes jogos importantes a experiência conta muito. Você sabe como posicionar, quando pode acelerar ou diminuir o ritmo da partida.
Se o longo certame fará Abel necessitar de todas as peças e as distintas características, um fator que poderá fazer a diferença será a primeira parte da competição. O Brasileirão terá nove rodadas a serem disputadas até a parada para a Copa do Mundo. O centroavante espera que o Inter some o maior número de pontos para trabalhar com mais tranquilidade na retomada:
- Temos que começar bem. É um campeonato diferente. É o nosso pensamento. Temos que fazer os nove primeiros jogos e buscar o maior número de pontos possíveis para nos dar uma confiança e gordura ao final do campeonato.
Independente do momento, para lutar pelas posições de destaque, o Inter precisará dos gols de Rafael Moura. O centroavante é um dos destaques do time de Abelão em 2014. Alçado à titularidade, conseguiu a sonhada sequência e começou a mostrar seu futebol. É o artilheiro da equipe, com nove gols em 10 partidas na temporada. E ele não se dá por satisfeito. Promete trabalhar ainda mais para manter o bom nível de atuações:
- Vou treinar muito mais do eu treino normalmente. Eu sou assim. Preciso ter muita dedicação e empenho porque nenhum atleta alcança o seu máximo. Estou sempre em busca disso.
Neste sábado, Rafael Moura e o Inter começam a luta pelo título do Brasileirão. Às 18h30, o time de Abel recebe o Vitória, no Beira-Rio, que foi liberado para receber capacidade máxima de torcida.
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