Mato Grosso, 23 de Abril de 2024
Esportes

Solidário, respeito a Hernane e voz da experiência: Alecgol e a busca do 100º

16.04.2014
10:48
FONTE: G1

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Na cabeça de Alecsandro, há uma série de números a serem alcançados, títulos ainda a vencer e promessas a cumprir. Nada que mude seu comportamento em campo na hora de demonstrar sua dedicação ao clube que defende. Com a camisa do Flamengo, o atacante inicia domingo, contra o Goiás, em Brasília, mais um Campeonato Brasileiro em sua carreira. Essa conquista ele ainda não tem em seu vasto currículo. Ao seu estilo, começa mais uma busca.

Aos 33 anos e com duas edições de Taça Libertadores em sua lista de títulos, Alecsandro tem como função principal os gols. Neste começo de ano, vem correspondendo. Ele é o artilheiro do Flamengo em 2014, com 12 gols. No Brasileiro, tem história, com 86 gols marcados desde 2003, quando foi implantado o sistema de pontos corridos. Sua busca pelo 100º nesse período virou promessa para o filho Yan, de sete anos.

Mesmo assim, Alecsandro não coloca os gols em primeiro lugar em sua trajetória. Ele ainda se considera com tempo para cumprir essa promessa ao filho e demonstra maior preocupação com a busca por vitórias para a realização de uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. Como exemplo, passou em branco nos dois jogos finais do Carioca, contra o Vasco, mas saiu satisfeito com a sua atuação no confronto e a conquista do título.

- Não sou um atacante que vive só de gols. Vivo também de ajudar os companheiros, o treinador, a equipe. Quero o nosso bem, não só o meu. Prefiro vencer por 3 a 2 sem fazer gol do que fazer dois e perder por 3 a 2. No primeiro jogo com o Vasco, saí da área para dar o passe para o Paulinho ajeitar a bola e chutar. Às vezes, acontece dessa forma - afirmou Alecsandro.

A conta para chegar aos 100 gols nos pontos corridos está perto de acontecer. São 86, faltando apenas 14 para cumprir a promessa feita a Yan. Alecsandro não tem pressa, mas ficaria feliz caso conseguisse alcançar o feito este ano. No currículo, possui temporadas acima dos 30 gols, credenciais para manter a confiança de que o desejo é possível. 

- Já fiz 35 ou 36 gols em 2005, quando joguei em Cruzeiro e Vitória. Fui artilheiro do Campeonato Baiano. No Internacional, também tive temporada com mais de 30 gols. Mas nunca estipulo metas. A gente já leva uma cobrança diária e estipular meta de tantos gols é mais uma cobrança desnecessária. Tem o exemplo do Barcos, que acabou fazendo 13 gols no ano e teve uma cobrança grande em cima dele. Na reta final, é uma outra situação. Falei antes das finais do Carioca, por exemplo, que com 12 gols seria artilheiro. E teria sido se fizesse. Mas o Brasileiro está começando agora. É cedo para falar - comentou Alecsandro, terceiro maior artilheiro dos pontos corridos atrás de Paulo Baier (102) e Borges (91) e ao lado de Fred, que também tem 86.

Nesse nível de cobrança, Alecsandro terá a concorrência de Hernane. O Brocador vem se recuperando de um problema nas costas e, no ano passado, também começou o Brasileiro na reserva, mas terminou a temporada como artilheiro do Brasil, com 36 gols. Nessa disputa, o atual dono da posição garante ter uma relação saudável com um dos xodós da torcida do Flamengo.

- É normal, de um companheiro de clube. É uma relação que tenho com quase todos os jogadores do Flamengo. Tenho uma proximidade maior com quem concentro (Chicão e Elano), Carlos Eduardo também. Outros como Felipe e Wallace, que jogaram comigo. Fora esses, minha atitude, respeito, o dia a dia com Hernane é da mesma maneira. Uma relação de amigo, companheiro, de troca de ajuda, favores e experiência - afirmou Alecsandro.

Na conquista de seu primeiro título com o Flamengo, o atacante viveu uma situação inusitada. Três anos atrás, ele defendia o Vasco na decisão da Taça Rio e viu o então rival sair de campo com a conquista do Campeonato Carioca por ter vencido os dois turnos. Agora, inverteu a situação e conseguiu sair campeão do gramado.

- Não tem muito o que comparar. Cada  clube tem o seu carinho, seu torcedor. Vivi bons momentos no Vasco, de título, de artilharia. Ganhei e perdi. Quando ganha, fico feliz, quando perde, fico triste. No Flamengo, é da mesma forma. Fiquei triste pela eliminação na Libertadores, mas alegre pelo título carioca. Derrota e vitória são iguais, independentemente do clube - disse o atacante.

Nessa decisão, Alecsandro deu exemplo de como sua experiência pode ser útil ao time. No segundo tempo, ele procurou incentivar o zagueiro Erazo, que havia cometido o pênalti em Pedro Ken. O equatoriano demonstrava um claro abatimento e se sentiu aliviado com a conquista do título nos minutos finais da decisão.

- Por ter alguns anos de carreira, a gente conhece o abatimento de um jogador. O dele era nítido e notório. Naquele momento, veio em direção à área em um escanteio. Olhei, ele estava cabisbaixo. Foi a minha maneira de incentivar. Pude dar uma força. Disse para ele: "Já foi. Tomamos o gol. Agora mentaliza o que você pode fazer e não o que já fez. É um escanteio para a gente. Você vai fazer o gol. Acredito em você". Ele me olhou desconfiado. Continuei: "Você está me entendendo. Vai lá fazer o gol". Ele é um baita jogador, de  seleção, vai estar na Copa. O intuito do grupo é esse. Quando erra, erra todo mundo. Quando um faz gol, todo mundo faz. É o espírito que quero levar - afirmou.

Alecsandro é profissional desde 2001, quando foi revelado pelo Vitória. Suas temporadas se tornaram mais consistentes a partir de sua ida para o Cruzeiro em 2005. Agora, espera colaborar, reconhecendo que consegue feitos que alguns anos atrás não imaginava. No entanto, não compara sua atual forma com a do passado.

- A experiência de vida traz uma melhora. Não digo que sou melhor que há cinco anos, mas ganhei experiência. Coisas que faço hoje, talvez não fizesse há 10 anos. Desde o Vitória, venho fazendo gols e tendo boas atuações. Fico feliz por estar há tanto tempo fazendo gols em um nível tão alto - disse o atacante.

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