Substituir um ídolo no comando de uma equipe é tarefa ingrata para muitos treinadores. O que dirá, então, se a missão vem acompanhada da responsabilidade de lapidar os craques do futuro do clube? Tudo isso, aos 30 anos de idade. Esse é o desafio encarado por Ricardo Colbachini, dono de dez títulos na precoce carreira.
O técnico assumiu de forma interina a vaga de Clemer, demitido após confusão com o auxiliar Galo, em maio, no Inter B. Desde então, acumula a função com os encargos na equipe sub-20, que comandou rumo à final do Gauchão da categoria. Nesta sexta-feira, a equipe faz o primeiro confronto da decisão, às 15h, diante do Juventude, no Beira-Rio.
Nada que assuste o novo – e jovem – comandante, que quer dar sequência ao trabalho que já rendeu ao time principal pupilos como Valdívia, William, Geferson e Rodrigo Dourado. Pelo contrário. A fala tranquila e séria já um bom indicativo da maturidade e da experiência de alguém que dá suas orientações da beira do campo desde 2002. Aos 30 anos, tem no currículo 10 títulos considerados relevantes: é bicampeão brasileiro, bicampeão gaúcho e campeão da Copa Sul-Brasileira da categoria sub-15, pelo Grêmio, campeão gaúcho júnior pelo Juventude, campeão da Copa Santiago, da Friends Unites e do Gauchão juvenil com o Inter, e do primeiro turno do Gauchão como auxiliar do Caxias.
Colbachini desistiu do sonho de se tornar jogador profissional aos 17 anos. Logo ingressou na faculdade de Educação Física, em Caxias do Sul, e assumiu a categoria sub-10 do Juventude, formada, à época, por garotos como Ramiro, Alex Telles e Fernando, todos do Grêmio. De lá para cá, amealhou taças e até recordes: é o treinador mais novo a comandar uma equipe pela Copa do Brasil. Em 2011, aos 26 anos, auxiliou o Caxias a se classificar às oitavas de final da competição, ao bater o Botafogo-PB por 3 a 1, no Centenário.
- É uma trajetória muito rápida. Nunca projetava que fosse acontecer tudo isso tão cedo na minha vida, mas as oportunidades foram aparecendo, e fui aproveitando. O Clemer é um grande treinador, por quem tenho um respeito muito grande, mas é uma oportunidade que tenho de aproveitar. A pressão existe, é claro. Foi um cara que teve um trabalho muito bom. É um ídolo, mas me sinto preparado para encarar esse desafio, de trabalhar com jogadores de muita qualidade, em um clube de visibilidade gigante. Um dos maiores do país - afirma o treinador.
Colbachini conversou com o GloboEsporte.com nos estúdios da RBS TV, em Porto Alegre, após participar da sétima edição do Central Gre-Nal . Em meio ao maior desafio de sua carreira precoce, o treinador falou sobre sua trajetória relâmpago no futebol e sobre as ideias que pretende implementar em suas equipes.
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