O Santos tem resolvido, aos poucos, as ações na Justiça movidas por atletas que reclamavam de pagamentos atrasados. Nesta terça-feira, Aranha finalizou um acordo com o clube e conseguiu sua rescisão, o mesmo caminho seguido pelo jovem Matheus Índio, que deve ter o fim de seu contrato sacramentado nos próximos dias para poder assinar com o Vasco.
Mas ao menos de um dos processos os dirigentes da Vila Belmiro conseguiram se livrar sem fazer muito esforço. Para isso, contaram com o corporativismo de outros cartolas – ou o temor deles de viverem situação parecida.
Titular na campanha do título paulista do Santos em 2010, torneio em que Neymar e Ganso surgiram como estrelas, o goleiro Felipe ingressou na Justiça contra seu ex-clube em dezembro, cobrando verbas rescisórias pendentes desde o encerramento de seu vínculo, em janeiro de 2013 – o Avaí e o Náutico, onde atuou emprestado enquanto teve contrato com o a equipe alvinegra, também apareciam como reclamados nos autos.
No último dia 16, porém, quando uma avalanche de ações trabalhistas já conturbavam o ambiente santista, o arqueiro de 27 anos protocolou um pedido de desistência na 4ª Vara do Trabalho de Santos. Enquanto jogadores como Aranha, Arouca, Mena e Leandro Damião insistiam em suas liberações pelo Tribunal, Felipe abria mão de discutir os valores que acreditava ter direito para poder voltar a atuar embaixo de alguma trave.
Fez isso pela reação de outros cartolas. Segundo pessoas próximas ao atleta, que está sem emprego desde que foi dispensado do Fluminense no ano passado, as propostas de trabalho desapareceram assim que a ação foi distribuída. Temerário de que não conseguiria um novo time nessas condições, Felipe retirou o processo.
A sentença que extingue a ação sem resolução do mérito, publicada no dia 22 de janeiro, não contém a justificativa para a desistência. Nela, o juiz Ítalo Menezes de Castro, declara apenas que o jogador abdicou da reclamação antes da citação das partes – uma audiência estava marcada para o início de maio.
Multa
Assim como fez Leandro Damião, o goleiro também pediu gratuidade da justiça ao se declarar pobre. E, assim como o atacante, foi multado por isso – não por coincidência, o mesmo juiz julgou os dois casos.
- Apesar da declaração apresentada pelo autor, verifica-se que o salário do reclamante é da ordem de R$ 30 mil mensais, o que demonstra sua capacidade econômica para arcar com as custas do processo – justificou Castro, que estipulou a penalidade em R$ 2 mil.
Damião teve uma liminar negada e, além da multa, ainda foi condenado a indenizar o Santos em 20% do valor estipulado da causa - cerca de R$ 100 mil. Até agora, apenas Mena conseguiu uma decisão favorável e já se apresentou ao Cruzeiro. O caso de Arouca deve ter uma solução nesta sexta, quando um audiência reunirá os advogados do jogador e os do clube.
ENVIE PARA UM AMIGO
