É com naturalidade que o vice-presidente de futebol, Ricardo Tenório, trata das renovações de contrato no Fluminense. Ao admitir urgência em tratar casos de dois titulares, especialmente após eles cobrarem posição do clube publicamente, o dirigente confia no poder de negociação. Tanto que não teme perdê-los. Mesmo que saiba da concorrência do mercado.
Gum e Carlinhos, com contrato por vencer em 31 de dezembro, deram declarações nesta semana com tom de pressão. Enquanto o primeiro revelou ter dado prazo até o final de abril para resolver a situação, o segundo disse que precisa resolver a vida e não descartou aceitar ofertas de clubes do exterior.
- É natural. Não encaro como pressão. Foi uma condição cobrada aos atletas nas entrevistas, e eles deram a sua opinião. O contrato deles termina no final do ano, a gente sabe que tem a possibilidade do pré-contrato com outros clubes (a partir dos últimos seis meses do atual vínculo) e já começamos a negociação. Temos o interesse na permanência. Ninguém está cozinhando ninguém. Temos de ser objetivos e espero que não dure muito tempo. Mas não temo perdê-los. Confio na negociação – analisou o dirigente.
De acordo com Tenório, as tratativas ainda não chegaram ao debate de valores. Aqui o Tricolor pode ter dificuldades, afinal, acumula déficit de R$ 3 milhões mensais, fruto de bloqueio de receitas, e a Unimed, parceira de longa data, já avisou que os investimentos têm de ser reduzidos.
- A gente iniciou um processo de conversa. Temos um tempo, que não é longo. A gente espera que dê certo. Não estamos ainda nos valores. Quando chegar nesta fase, temos de ver qual será a participação nossa disso completou Tenório.
Este mesmo posicionamento é usado para outros atletas que também têm contrato por findar ao final do ano. Diego Cavalieri, perguntado sobre o tema, adotou tom político: disse que deseja ficar e que há tempo para conversar. Valencia, titular com Renato Gaúcho, e Leandro Euzébio, um dos líderes do grupo, vivem o mesmo caso.