Para a maioria das equipes, enfrentar um adversário da zona de rebaixamento é visto como uma missão menos complicada, e pegar um rival que está na ponta da tabela é tarefa difícil. Mas, para o Corinthians, ocorre exatamente o contrário neste Brasileirão. Enquanto o desempenho do Timão contra os times que mais ficaram na zona de risco é pífio, diante dos que mais estiveram no G-4 é digno de campeão.
O Cruzeiro, até agora, terminou 27 rodadas entre os quatro primeiros, mas perdeu os dois jogos com o Alvinegro por 1 a 0. O Inter, 22 vezes no G-4, também foi derrotado duas vezes, ambas por 2 a 1. Os duelos com o São Paulo (18 rodadas na elite) terminaram 1 a 1 e 3 a 2, enquanto o Fluminense, 12 rodadas entre os líderes, só empatou em 1 a 1 com o Timão.
O aproveitamento nessa sequência foi de 80,9%. Números maiores do que os do líder Cruzeiro, que tem 67,8% em todo o torneio. Em sete partidas contra esses quatro clubes, foram 11 gols feitos e seis sofridos.
O problema, porém, é quando o Corinthians enfrenta os times com maior frequência na zona de rebaixamento.
O Alvinegro não conseguiu ganhar nenhum jogo dos quatro clubes que mais rodadas estiveram no Z-4 do nacional. Contra o Coritiba, que ficou 25 vezes, empatou por 0 a 0, mesmo resultado dos duelos com Criciúma, 16 vezes entre os últimos, e Vitória, rival da próxima quarta, 15 rodadas além da linha vermelha. Diante do Figueirense, 14 rodadas na zona, foram duas derrotas, ambas por 1 a 0.
O ataque contra os piores times do Brasileirão também tem deixado muito a desejar, nenhum gol em cinco confrontos. O aproveitamento, de 20%, é muito pior que o do lanterna Coritiba em toda a competição - 33,3%.
Nesta segunda-feira, o volante Petros falou sobre essa disparidade do Corinthians na competição. Ele cita a diferença do tipo de jogo, mas admite que está difícil encontrar a solução.
- O padrão de jogo é diferente. Contra o Inter, não havia necessidade nenhuma de jogar exposto, porque eles atacam muito e, em jogo assim, você pode explorar o contra-ataque. Quando se enfrenta time que está abaixo na tabela, geralmente eles vêm mais fechados. Nosso futebol é muito parelho, não tem uma fórmula mágica. Tem de tentar oscilar menos - disse.
- Todo time tem ponto forte e fraco. Cabe aos adversários analisarem. Não sei se é o segredo (jogar fechado contra o Corinthians). Nós estudamos os adversários e trabalhamos em cima dos problemas deles também - completou.
Nesta quarta-feira, o Corinthians tem, contra o Vitória, mais uma chance de deixar de lado sua característica de "Robin Hood", aquele que tira ponto dos grandes para dar aos menores.