No dia 7 de dezembro, Valdivia entrou em campo na arena e, mesmo machucado, liderou o Palmeiras no empate em 1 a 1 com o Atlético-PR. O resultado não foi muito comemorado, mas foi o suficiente para o Verdão - com a ajuda do rival Santos - se manter na Série A do Campeonato Brasileiro.
Então capitão da equipe, o chileno concedeu entrevista coletiva ao lado do técnico Dorival Júnior depois daquela partida e, na figura de principal - ou única - referência da equipe, cobrou a diretoria por contratações que pudessem dividir com ele a responsabilidade no clube. Desde então, muita coisa mudou no clube. Inclusive o prestígio do chileno com os palmeirenses.
Recuperado de lesão muscular na coxa esquerda, agravada por causa da reta final do Brasileirão do ano passado, o Mago chega ao fim de março sem ainda ter entrado em campo em 2015.
O que aumenta ainda mais a frustração de torcedores é que, nesta segunda-feira, o camisa 10 se reapresenta ao técnico Jorge Sampaoli para os amistosos da seleção do Chile contra Irã, na Áustria no dia 26, e Brasil, na Inglaterra no dia 29.
No Palmeiras, da última partida de Valdivia para cá, tudo novo dentro e fora de campo: comissão técnica, diretoria de futebol e um elenco com 19 contratações. Os tais reforços cobrados pelo chileno chegaram e agora até pressionam o próprio atleta, já que Oswaldo de Oliveira conta com boas opções para a posição, casos de Robinho, Cleiton Xavier e Alan Patrick.
A diretoria palmeirense abriu 2015 com uma postura definida: evitar novela e definir o quanto antes a permanência ou não do Mago. Após ambos os lados terem admitido publicamente interesse na renovação do vínculo que se encerra em agosto, o clube mudou o tom da conversa e afirmou aguardar o retorno do jogador ao time para, depois, definir o futuro.
Uma primeira conversa entre Alexandre Mattos e o pai do atleta, Luis Valdivia, já aconteceu, mas valores não foram discutidos. A única certeza de momento é a intenção do clube em oferecer ao chileno um contrato com uma redução salarial, além de adequar o novo vínculo aos moldes de produtividade, o que já acontece com grande parte do elenco.
O camisa 10 já afirmou que não vê problema em negociar um possível contrato por produção, mas também ressaltou a necessidade de discutir outros pontos da renovação. No clube, dirigentes minimizam o assunto e pregam foco no trabalho do time alviverde na reta final do Paulistão. Porém, internamente, a permanência do chileno é vista com pouca empolgação.
Valdivia é um jogador que divide opiniões entre palmeirenses. Há muitos defensores do meia que cobram a renovação de contrato, mas também há uma parcela considerável de torcedores que defendem o fim do casamento. Dentro do clube isso não é diferente, apesar de os defensores do chileno terem diminuído, principalmente depois da manifestação do atleta no Twitter na última semana, quando bateu de frente com a direção e, principalmente, com Alexandre Mattos. Horas depois, o jogador emitiu comunicado por meio de sua assessoria de imprensa se desculpando.
Sem ter uma definição sobre o futuro do seu camisa 10, o técnico Oswaldo de Oliveira abre a semana preparando o grupo para o clássico contra o São Paulo, na arena, nesta quarta-feira. Enquanto isso, Valdivia e diretoria parecem travar uma disputa em que ambos saem perdendo. O jogador trabalha com os chilenos na Europa e os palmeirenses não se manifestam sobre o assunto.
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