Meia-atacante, bicampeão brasileiro, habilidoso, arisco, veloz, com boa finalização e um lamentável histórico de lesões. A lista de características serve para dois personagens importantes do Cruzeiro, em épocas distintas. Alisson é o presente, um talento, que desperta insegurança nos torcedores pela frequência no departamento médico. Pedrinho, hoje auxiliar técnico da Raposa, reunia todas as características no passado, quando era jogador, e tem se tornado um grande conselheiro para Alisson. Agora os dois trabalham juntos para serem o futuro da Raposa.
Os conselhos, de quem tratou muito bem a bola, podem ser preciosos para Alisson. As dicas de Pedrinho são para que o meia do Cruzeiro tenha mais rapidez pelos lados do campo e que dê mais ritmo ao jogo. Mas Pedrinho também incentiva a ousadia.
- Pelo fato de eu tentar sempre uma jogada individual e agora estar jogando em uma função um pouco diferente, ele pede que eu seja um pouco mais ágil, tocar a bola. Mas pede para que eu, quando estiver no mano a mano, não perder esta qualidade que eu tenho, está me ajudando bastante.
Pedrinho tem 38 anos e não tem muito tempo de carreira com auxiliar, mas viveu muita coisa dentro das quatro linhas. Foi revelado pelo Vasco na metade da década de 1990 e, com um futebol promissor, se tornou um dos grandes ídolos da história do time carioca. Conquistou dois campeonatos brasileiros e uma Libertadores no Rio.
Alisson é jovem. Tem 22 anos. Quando Pedrinho conquistou a América, ele provavelmente ainda não sabia nem escrever o próprio nome. Então não deu para acompanhar muito do auge do atual auxiliar técnico do Cruzeiro. Mas quem é rei nunca perde a majestade. Pelo que conta Alisson, nas “peladinhas” na Toca da Raposa dá pra ver todo o potencial.
- Eu vi pouco, mas o pouco que dá para ver, ele jogando já dá para ver que ele é um canhotinho de muita qualidade. Com certeza, é um cara que vai nos ajudar muito. Eu espero colar nele para que eu possa crescer ainda mais no Cruzeiro.
Bom pra todo mundo
É em Minas Gerais que Pedrinho espera trilhar os próximos passos no futebol. Alias, a vida colocou o Cruzeiro no caminho dele em outra oportunidade. E como marcou. Foi no dia 6 de setembro de 1998, em uma partida contra a Raposa, pelo Campeonato Brasileiro. Uma entrada dura do zagueiro Jean culminou com o rompimento dos ligamentos do joelho, lesão que o tirou dos gramados por muito tempo. Isso tudo aconteceu quando Pedrinho havia sido convocado para a seleção brasileira.
O auxiliar do Cruzeiro entende bem a questão da frustração das lesões para um jogador promissor. Por isso Alisson quer “colar nele”. As anotações e a seriedade durante os treinamentos, além da boa relação com os jogadores, fazem com que Pedrinho ganhe a admiração dos jogadores.
- É uma comissão muito bacana. Eles conversam com a gente olhando na cara, na hora que tem dar dura, eles dão. Na hora de elogiar eles elogiam. E assim a gente vai evoluindo, ele (Pedrinho) vai fazendo as anotações dele e a gente vai procurar retribuir do melhor jeito possível – completou Alisson.
Pedrinho encerrou a carreira em 2013, ano em que Alisson dava os primeiros passos no profissional. Falar em uma “reencarnação futebolística” pode parecer exagero, mas bem que os torcedores celestes gostariam que o jovem meia adquirisse as qualidades que Pedrinho teve como jogador. O auxiliar pode até se ver em Alisson, além é claro de torcer pelo sucesso do jogador e, consequentemente, do Cruzeiro.
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