Cláudio Winck iniciou a temporada com duas metas. Ganhar espaço no Inter com Abel Braga e escapar das lesões que o prejudicaram no ano anterior. Teve um começo arrasador. Conquistou o sonhado espaço no elenco profissional. Só não conseguiu escapar da sina que o perseguiu em 2013. Intercalou boas atuações e gols com problemas musculares. O último, acusado na coxa esquerda ainda no primeiro tempo contra o Palmeiras, no sábado, capaz de o tirar da equipe por quatro semanas. Justamente quando estava prestes a emplacar outra sequência no Colorado. São, ao todo, quatro contratempos oriundos de lesões musculares, em cerca de 12 meses.
No ano passado, o lateral-direito estreou como titular na 34ª rodada do Brasileirão, na derrota por 2 a 1 contra o Atlético-MG fora. Manteve-se entre os selecionados no jogo seguinte - novo tropeço, desta vez por 3 a 1, diante do Goiás, no Serra Dourada. Winck iniciou bem a partida. Logo aos 19 da primeira etapa, cruzou para o gol de Otávio, que abriu o placar. Mas o lance que indicava um começo promissor saiu pela culatra. O jovem sentiu lesão na coxa direita, a segunda no ano, e acabou de fora do restante do nacional.
Veio 2014 e a promessa de uma nova fase. Enquanto Abel Braga comandava o grupo principal na pré-temporada, em Gramado, Winck era o destaque da equipe de Clemer no início do Gauchão. Marcou três vezes na competição com o sub-23 e anotou outros dois tentos na derrota para o Pelotas, na final da Copa Serrana. Ganhou elogios do comandante, em uma comparação ao tio, Luis Carlos Winck, ex-jogador do Inter nos anos 90, e um lugar no elenco.
- Na época do Winck (Luís Carlos) era um futebol mais fácil de jogar. Hoje o espaço é maior, a condição física é maior e a marcação individual é em cima. Eu acho que ele perde em tudo para o Cláudio. Perde na altura, o Cláudio tem um bom cabeceio e bate falta muito melhor. Nesse momento, acho que ele tem possibilidade de ser melhor, superior, mas isso ele tem que provar no campo. Se ele conseguir tudo aquilo que o tio conseguiu, titularidade, seleção brasileira, ele pode ir longe. Basta ele botar na cabeça - avaliou Abel.
O bom desempenho no estadual e a convocação de Gilberto à seleção brasileira sub-21, em abril, renderam ao lateral um lugar na equipe titular que estreou no Brasileirão, diante do Vitória. O triunfo por 1 a 0 não veio sem dor para Winck, que se chocou de cabeça contra Mansur e deixou a primeira etapa sangrando. Mais dolorosa foi a lesão na coxa direita, nos treinamentos da semana, que o tirou da partida contra o Botafogo, na segunda rodada, e do time por três semanas.
O novo problema fez o jovem perder espaço para Gilberto e para Diogo. Também teve de concorrer com o contratado Wellington Silva, que chegou por empréstimo do Fluminense, em junho para se firmar como titular. Chegou a ser testado como meia na 10ª rodada do Brasileirão, diante do Corinthians, em São Paulo. E foi bem. Marcou o gol de honra na derrota por 2 a 1 para o Timão. Voltou a receber elogios de Abel Braga.
- Ele entrou inconformado com o resultado, foi agressivo. Trocou empurrões com zagueiro do Corinthians, que era xerifão. Estou muito feliz com esse menino. O Cláudio esta subindo degrau a degrau. Esse tipo de inconformismo do jogador é um ponto muito positivo - analisou o comandante.
Mas Winck teve de esperar a nova oportunidade, que veio no Gre-Nal 402. O lateral substituiu Wellington Silva, que deixou o gramado lesionado instantes antes do início da segunda etapa, para vivenciar uma tarde histórica. Marcou o segundo gol da vitória colorada por 2 a 0 sobre o rival, na estreia de Felipão no comando do Grêmio. Mesmo em fase goleadora, seguiu na reserva do Inter no Brasileirão. Restou a ele aproveitar as chances que surgiam na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana.
Ganhou mais uma oportunidade diante de uma lesão de Wellington Silva, na partida contra o Atlético-MG, pela 17ª rodada do Brasileirão. Iniciou entre os titulares contra o Palmeiras. Chance para se firmar que durou apenas 15 minutos. Foi substituído por Gilberto para ingressar em um novo momento de paciência. Terá de esperar quatro semanas até que se recupere do problema no músculo posterior da coxa esquerda e volte a brigar por uma posição na equipe.
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