Apesar do grande volume de produtos agrotóxicos comercializados em Sorriso, que planta cerca de 600 mil hectares de soja - e cuja safra é seguida de outras culturas, como milho e algodão -, o município não registrou nos últimos anos acidentes envolvendo veículos que transportam esse tipo de carga.
A informação é da inspetora Andrea Piacenzo, chefe da 6ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sorriso, que realizou no sábado (5/4), em parceria com o Conselho Estadual de Associações das Revendas de Produtos Agropecuários de Mato Grosso (Cearpa Sorriso), palestras sobre “Transporte de produtos perigosos” e “Crimes ambientais no transporte de produtos perigosos”.
No entanto, a inexistência de ocorrências envolvendo insumos agropecuários não quer dizer que as cargas e os veículos atendam as exigências da legislação em vigor durante as operações envolvendo o transporte. Por isso, além da fiscalização, a PRF atua na orientação como forma de prevenir infrações.
“Nossa intenção é evitar o acontecimento de acidentes envolvendo esse tipo de produto. Estamos atuando com proatividade, antes que qualquer acidente ou situação mais grave ocorra na região da 6ª Delegacia. Por isso, realizamos essas palestras educativas para que o setor saiba como se comportar diante de uma incidência envolvendo produtos perigosos”, destaca Piacenzo.
Ressaltando a parceria do Cearpa Sorriso na promoção do evento realizado no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Sorriso (Aces), Piacenzo destaca que muitos técnicos, empresários e transportadores do setor de defensivos agrícolas tiveram a oportunidade para esclarecer dúvidas sobre a movimentação correta de produtos agrotóxicos.
“Atuamos na educação para o trânsito de produtos perigosos de forma preventiva, para que sejam evitados infrações e os enquadramentos criminais no transporte desse tipo de produto e, obviamente, evitar acidentes com cargas perigosas”, comenta a policial.
Segundo ela, o transporte irregular de cargas perigosas, sem a adoção das medidas de segurança e de sinalização do veículo, ainda é bastante comum em Sorriso. “O assunto é complexo, a legislação é extensa, são vários detalhes a serem observados, o que torna difícil atender todos os requisitos da legislação”.
Apesar da não ocorrência de acidentes, a PRF tem aplicado um grande número de multas nos transportadores de agrotóxicos que circulam ao longo dos 500 quilômetros fiscalizados pela 6ª Delegacia, a partir de Lucas do Rio Verde até a divisa com o Pará. “As infrações, infelizmente, ainda são muito comuns. E o objetivo das palestras é esse: orientar, esclarecer e tirar as dúvidas dos envolvidos no setor de defensivos agrícolas”, acrescenta Andrea Piacenzo.
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