A medida leva em consideração dados divulgados hoje pelo Ministério da Saúde e, principalmente, a chegada do DENV4 a Mato Grosso. Segundo a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, enfermeira Luciane Mayer, existe toda uma preocupação das autoridades em saúde pública de ampliar a ronda para manter a doença sobre controle. “O Ministério comemora redução de mais de 80% no número de casos verificados este ano, mas alerta que esse cenário não deve provocar acomodação, porque o país ainda está vulnerável à doença em virtude da falta de consciência e mobilização da comunidade”, diz.
A ideia com o encontro desta sexta-feira, segundo Luciane, é passar novas orientações, tendo em vista as especificidades das atividades de cada grupo. “Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) trabalham diretamente com a comunidade, por meio das visitas domiciliares que fazem a cada ciclo, e devem ser munidos das últimas informações para orientar de modo apropriado a comunidade”, diz. Da mesma forma, acontece com os profissionais de saúde. “É cada vez mais importante trabalharmos com a notificação efetiva dos casos. Os dados dos quais dispomos precisam estar em sintonia com a realidade, porque a informação é fundamental para tecermos estratégias de enfrentamento, sobretudo, se o DENV4 chegar ao nosso município”, diz.
A informação é mesmo primordial em qualquer aspecto da vida, mas na saúde ela é ainda mais imprescindível. Desde que a dengue surgiu, ouve-se falar quase que diariamente sobre a doença em si, bem como sobre o mosquito aedes aegypti, responsável pela transmissão do vírus. “O senso comum indica que as pessoas têm uma percepção equivocada sobre sintomatologia, tipo de vírus e complicações”, diz. Um equívoco comum, segundo Luciane, é as pessoas associarem o tipo de vírus às complicações. “A complicação não está liga ao tipo1 ou 2, por exemplo. Para que se entenda melhor é preciso ter claro o seguinte: você pega uma única vez cada tipo de vírus. Como são quatro, os tipos, você pode ser acometido até quatro vezes pela dengue e, em cada um desses casos, pode ou não evoluir para complicações”, diz.
Em Nova Mutum, os dados da dengue relativos a este ano são os seguintes. De 1º de janeiro de 2012 até 11 de maio último, haviam sido notificados 144 casos. Destes, segundo Luciane, 81 foram confirmados e 25 descartados. O restante ainda aguarda resultado. “Mas todos os casos registrados foram de dengue clássica”, explica a coordenadora de Vigilância Epidemiológica.
Na comparação com dados do ano passado, período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, quando houve 87 notificações, 16 casos confirmados e 71 descartados, percebe-se um crescimento da incidência da doença. Por isso mesmo, segundo Luciane, é importante que todos se mantenham em alerta, tomando todas as medidas cabíveis para evitar a proliferação do mosquito.
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