Mato Grosso, 19 de Abril de 2024
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Acusado de explodir carro-forte em MT pode ser transferido de presídio

27.07.2014
17:01
FONTE: Carolina Holland/G1 MT

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O Ministério Público do estado (MPE) deve analisar a possibilidade de pedir a transferência de Lindomar Alves de Almeida, que está preso na Penitenciária Central do estado (PCE), em Cuiabá, para outra unidade. Conhecido como 'Nenezão', ele estava em um presídio na Bahia há mais de um ano e chegou a Cuiabá no último dia 15 para ser julgado como o suposto mandante da explosão de um carro-forte na BR-364, em Mato Grosso, que resultou no roubo de R$ 1,5 milhão. O réu, que responde a outras ações, não deve voltar para a prisão nordestina após o julgamento. “Os processos são daqui, então não tem porque ele ficar preso lá”, disse o advogado Luís Carlos Rotta Filho.

Uma das razões que podem levar o MPE a pedir a remoção do preso foi a tentativa de intimidação cometida por ele contra o delegado Flávio Stringueta, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil, na última sexta-feira (25), durante audiência no Fórum de Cuiabá sobre a explosão do carro-forte, processo no qual o policial prestou depoimento como testemunha. Algemado, 'Nenezão', se sentou perto do delegado e disse que Stringueta tinha acabado com a vida e com a saúde dele. Ele foi interrompido pela juíza Selma Fernandes Santos Arruda, que ordenou que ele se sentasse em outro lugar.

"Vamos analisar essa possibilidade, até por conta desse episódio que ocorreu aqui durante a audiência. Vamos estudar o caso", disse o promotor de Justiça Arnaldo Justino da Silva, do Grupo de Atuação Especial contra do Crime Organizado (Gaeco), do MPE, e que atua na ação da explosão, ocorrida em junho de 2012.

Em 2013, Lindomar e outras três pessoas foram condenadas por envolvimento na explosão de um muro lateral da PCE e na fuga de 35 detentos. O crime foi cometido em agosto de 2012.

Risco à vida
Stringueta afirma ser contrário à permanência de Lindomar no estado. O suspeito responde a 14 inquéritos na GCCO da Polícia Civil, entre eles casos de assaltos a banco na modalidade Novo Cangaço, quando criminosos agem com violência e usam as vítimas como escudo humano para roubar.

"A permanência dele é um risco para a segurança de Mato Grosso, para o sistema prisional e para a vida de autoridades. Ele pode atentar contra a vida de pessoas que o prenderam, que vão julgá-lo, que vão processá-lo. A gente sabe da vulnerabilidade da entrada de celulares e de comunicação dentro dos presídios. Ele ficando aqui, vai manter contato externo, vai continuar comandando o grupo, coisa que ele não fazia lá na Bahia, porque lá não tinha celulares e nem comunicação no presídio", declarou Stringueta.

De acordo com o delegado, o assunto já foi tratado com a Secretaria de Segurança Pública do estado (Sesp), que pediu relatório sobre a periculosidade do preso. "Esse documento está sendo providenciado. Vamos aguardar que a Justiça não tenha mais interesse nas audiências dele e que uma unidade prisional federal o aceite", disse Stringueta.

Queda da criminalidade
'Nenezão' fugiu da PCE em 2004 e só voltou a ser preso em novembro de 2012, na Bahia, após investigação da Polícia Civil em Mato Grosso. Conforme a GCCO, houve diminuição de alguns tipos de crimes no estado, desde então. “A prisão dele foi um marco. A partir da prisão houve, por coincidência ou não, uma queda no número de crimes de Novo Cangaço e zeraram os crimes de ataque a carros-fortes. Em 2012, foram dois. E, de lá pra cá, nenhum. Em 2013, só um Novo Cangaço e, em 2014, só um também”, disse Stringueta.

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