Mato Grosso, 20 de Abril de 2024
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Aluno de Primavera representa Brasil como cientista olímpico na Indonésia

14.07.2015
08:10
FONTE: Assessoria

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Embora Mato Grosso não tenha a ciência astronômica inserida na matriz curricular das escolas públicas e particulares o estudante, Yassin Rany Khalil, de uma unidade particular de Primavera do Leste, conseguiu ser um dos cinco escolhidos para fazer parte da equipe brasileira que vai à 9ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em inglês), evento reconhecido pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), que acontece entre os dias 26 de julho e 4 de agosto, na Indonésia. Além de Yassin a seleção da IOAA é formada pelos alunos: Carolina Lima Guimarães, de Vitória (ES), Felipe Roz Barscevicius, de Sorocaba (SP), João Paulo Krug Paiva, de Curitiba (PR) e Pedro Henrique da Silva Dias, de Porto Alegre (RS).

Para integrar uma equipe internacional, o candidato precisa, primeiramente, de uma excelente pontuação na prova nacional da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Em seguida, é preciso participar de provas seletivas online. E, finalmente, caso seja classificado, realiza prova final presencial. Depois de todo esse processo, os selecionados para compor as equipes realizam treinamentos intensivos, onde aprendem a operar telescópios, a construir foguetes e bases de lançamento e aprimoram seus conhecimentos de Astronomia.

Yassin tem 16 anos e é um aficcionado por ciência astronômica. Ele conta que, desde criança participa da OBA. “Era uma prova desafiadora, mas eu gostava, pois, mesmo sem estudar Astronomia era possível responder algumas coisas apenas pelo exercício do pensamento. Era um dos principais motivos pelos quais eu gostava de fazer a prova. Sempre gostei de saber como as coisas são e, conseguir entender algo, fazendo um exercício, é fascinante”, revela o jovem.

Apesar de estudar em escola particular, acredita que não foi esse o fator de incentivo que teve para se destacar em Astronomia. “Para fins de seleção, podemos dizer que a escola não foi a grande incentivadora, (mas sim a OBA em si). Isso porque não há na escola a ciência astronômica. A questão é dada muito pouco nas aulas de física”, lamenta. Ainda assim, acredita que tem muito a agradecer à escola. Um dos fatos é terem financiado a viagem para o treinamento antes da Indonésia, que foi feito em junho, no Rio de Janeiro.

Viajante das estrelas
Embora tenha pouca idade ele já tem certo currículo nos eventos de Astronomia. “Participei da Jornada Espacial, que aconteceu em Natal (RN), em dezembro do ano passado. Fui chamado pelo desempenho na OBA. Ao todo foram 43 alunos de quase todos estados do Brasil”, destaca.

Com a alegria de ter sido escolhido ele arrisca até a dar conselhos. “Se pudesse, acho que passaria a mensagem de que tenho arrependimento de ter começado tarde nas Olimpíadas Científicas e levar o estudo mais a sério, queria ter começado mais cedo. Sempre achei que fosse algo impossível. Acho que muitas pessoas gostam de Olimpíadas e talvez outras coisas também, mas é algo tão fora da nossa realidade, que acreditamos ser impossível, e, às vezes nem tentamos, ou nem sabemos que a coisa existe”.

Gestão e a Astronomia
A secretária municipal de Educação de Primavera do Leste, Adriana Tomasoni, disse que o município está orgulhoso de seu representante num evento tão importante e lamenta que o assunto seja pouco incentivado pelas escolas. “A participação de um aluno da cidade de Primavera representando Mato Grosso e o Brasil num evento internacional é excelente. Contudo, acredito que a área de Educação deveria ter mais empenho para o incentivo estudantil em olimpíadas científicas. Por isso, a gestão municipal está aberta a parcerias já que o estudo astronômico não consta da matriz curricular. Talvez, com a nova discussão da base nacional comum, isso seja feito”, disse.

Segundo ela, em agosto a gestão municipal vai dar início à nova proposta para a matriz da Educação Básica e, ter um estudante de Primavera em destaque tanto na OBA quanto na IOOA será um apontamento relevante. Já quanto ao estudo astronômico entrar no contexto de discussão da rede pública estadual - onde a secretária faz parte do Conselho Estadual de Educação (CEE) - ela ainda aguarda que surja o fomento à discussão.

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