Cerca de 80 alunos do campus Octaya Jorge da Silva, do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cuiabá, ocuparam o prédio da instituição na manhã desta segunda-feira (24). Os estudantes protestam contra a proposta de reforma do ensino médio e contra a PEC 241, que estabelece teto de gastos públicos por um período de 20 anos, incluindo a área de educação.
De acordo com a organização do protesto, a ocupação foi aprovada em assembleia geral dos estudantes, na última quarta-feira (19), e deve seguir até terça-feira (25). Alguns alunos devem dormir no campus.
Segundo Leonardo Rondon, estudante do IFMT, os alunos consideram as medidas um ataque à educação, pois limitam os investimentos. “Nós sabemos que educação não é gasto, é investimento", declarou.
Ele afirmou que os investimentos na educação serão corrigidos de acordo com a inflação do ano e que isso não será suficiente para investir em uma medida provisória que prevê a amplitude da carga horária, de 400 horas para 1400 horas.
"Não se pode fazer isso sem investimento, sem piorar a infraestrutura já precária das instituições educacionais do país”, explica.
Ainda de acordo com Leonardo, que é aluno do curso de edificações, os estudantes têm dificuldades devido à falta de estrutura das instituições.
“A gente precisa de material para realizar ensaio e, muitas vezes, não tem. Precisamos de laboratório para aulas de Autocad e também não temos”, disse.
A assessoria do IFMT informou que as aulas estão suspensas hoje devido à ocupação. A instituição declarou que respeita a manifestação dos alunos e a avalia como legítima.
O IFMT confirmou ainda que o campus de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, também foi ocupado. A ocupação ocorre desde a noite de quinta-feira (20).